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São Paulo, terça-feira, 15 de abril de 2003

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TRÉGUA NO MERCADO

Elogios e fluxo estrangeiro positivo derrubam cotações da moeda dos EUA e aumentam confiança no país

Risco fica abaixo dos 900 pontos; dólar cai

GEORGIA CARAPETKOV
DA REPORTAGEM LOCAL

Os elogios do G7 (grupo dos sete países mais ricos do mundo) feitos à política econômica brasileira e o fluxo positivo de moeda estrangeira fizeram o dólar cair 1,31% ontem e fechar cotado a R$ 3,163. O risco-país recuou 4,74%, para 884 pontos, o menor valor desde 3 de maio do ano passado.
O G7, em um documento divulgado no último sábado, "saudava" o país pela política macroeconômica e pelas "ambiciosas" reformas estruturais que as autoridades estariam implementando.
Para os analistas, o reconhecimento internacional colabora para que os investidores internacionais continuem a procurar os títulos públicos e privados brasileiros e façam o risco-país ceder.
O índice é formado pela taxa de juros acima dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos que os investidores pedem pelos títulos de outros países. A sua queda influencia a cotação do dólar para baixo, pois abre a perspectiva para que mais bancos e empresas captem dinheiro no exterior e aumente a entrada de recursos estrangeiros no país.

Sem intervenção
Além disso, os investidores dizem que as afirmações feitas nas últimas duas semanas por integrantes do governo, como o ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, de que o governo não irá intervir no câmbio fizeram alguns bancos e fundos mudar suas posições de investimentos.
"O fator que está ajudando no campo político é a repetição feita na semana passada de que não haverá intervenção no câmbio. A posição do governo é a de um dólar o mais baixo possível", disse Alexandre Vasarhelyi, chefe da mesa de câmbio do banco ING.
Ou seja, pelo menos parte daqueles que acreditavam que poderiam ganhar caso o governo não deixasse que a cotação continuasse a cair reviu sua posição e vendeu dólares ontem.
Para Sandra Utsumi, economista-chefe do BES Investimentos, os atuais resultados positivos da economia, como o ajuste das contas externas e a política heterodoxa adotada pelo governo, fazem com que BC não precise intervir no mercado agora e que essa necessidade seja cada vez menor.
Marco Maciel, economista-chefe do banco Santos, aponta que a recente queda do risco-país ainda é fruto da recuperação após a disparada observada no segundo semestre de 2002. "Um risco acima dos 1.200 pontos é para países que estão caminhando para a renegociação de suas dívidas, o que não é o caso do Brasil."


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