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TRÉGUA NO MERCADO
Elogios e fluxo estrangeiro positivo derrubam cotações da moeda dos EUA e aumentam confiança no país
Risco fica abaixo dos 900 pontos; dólar cai
GEORGIA CARAPETKOV
DA REPORTAGEM LOCAL
Os elogios do G7 (grupo dos sete
países mais ricos do mundo) feitos à política econômica brasileira
e o fluxo positivo de moeda estrangeira fizeram o dólar cair
1,31% ontem e fechar cotado a R$
3,163. O risco-país recuou 4,74%,
para 884 pontos, o menor valor
desde 3 de maio do ano passado.
O G7, em um documento divulgado no último sábado, "saudava" o país pela política macroeconômica e pelas "ambiciosas" reformas estruturais que as autoridades estariam implementando.
Para os analistas, o reconhecimento internacional colabora para que os investidores internacionais continuem a procurar os títulos públicos e privados brasileiros e façam o risco-país ceder.
O índice é formado pela taxa de
juros acima dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos que os investidores pedem pelos títulos de
outros países. A sua queda influencia a cotação do dólar para
baixo, pois abre a perspectiva para que mais bancos e empresas
captem dinheiro no exterior e aumente a entrada de recursos estrangeiros no país.
Sem intervenção
Além disso, os investidores dizem que as afirmações feitas nas
últimas duas semanas por integrantes do governo, como o ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, e o presidente do Banco
Central, Henrique Meirelles, de
que o governo não irá intervir no
câmbio fizeram alguns bancos e
fundos mudar suas posições de
investimentos.
"O fator que está ajudando no
campo político é a repetição feita
na semana passada de que não
haverá intervenção no câmbio. A
posição do governo é a de um dólar o mais baixo possível", disse
Alexandre Vasarhelyi, chefe da
mesa de câmbio do banco ING.
Ou seja, pelo menos parte daqueles que acreditavam que poderiam ganhar caso o governo
não deixasse que a cotação continuasse a cair reviu sua posição e
vendeu dólares ontem.
Para Sandra Utsumi, economista-chefe do BES Investimentos, os
atuais resultados positivos da economia, como o ajuste das contas
externas e a política heterodoxa
adotada pelo governo, fazem com
que BC não precise intervir no
mercado agora e que essa necessidade seja cada vez menor.
Marco Maciel, economista-chefe do banco Santos, aponta que a
recente queda do risco-país ainda
é fruto da recuperação após a disparada observada no segundo semestre de 2002. "Um risco acima
dos 1.200 pontos é para países que
estão caminhando para a renegociação de suas dívidas, o que não é
o caso do Brasil."
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