São Paulo, terça-feira, 15 de abril de 2008

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Outro lado

Agência diz que esperava crise ainda maior

DA REPORTAGEM LOCAL

A ANP (Agência Nacional do Petróleo), responsável pelos leilões de aquisição do biodiesel distribuído em todo o país, esperava uma inadimplência maior do que a apurada para o semestre.
Segundo Edson Silva, superintendente de abastecimento da ANP, a forte elevação do preço da soja fez a agência estimar que metade do biodiesel comprado pelo governo não seria entregue pelos produtores.
"Consideramos que a inadimplência de 30% das entregas foi um porcentagem aceitável ante a escalada do preço do óleo de soja", afirmou Silva. A previsão agora, disse o superintendente, não é mais essa. A partir do leilão da semana passada, a expectativa da ANP é que a inadimplência fique em níveis menores. "A curva de aprendizado já passou", afirmou.
A ANP disse que tomou medidas para evitar queda acentuada nos preços do leilão da semana passada e evitar uma crise maior no setor. A agência fixou valor-teto maior do que os anteriores (R$ 2,804 por litro), exigiu um pregão presencial e reduziu o tempo para entrega da venda do produto. As usinas que venderam biodiesel terão de entregar o produto a partir de 1º de julho. "No ano passado, fizemos leilões para entrega em seis meses. É um tempo muito longo, o produtor fica muito exposto às variações de preço da matéria-prima", disse.
Silva admitiu que neste momento os produtores que compram óleo de soja no mercado são os mais expostos. Ele afirmou que a ANP não tem mecanismos para assegurar a produção dessas usinas. "Fizemos o que foi possível para não permitir uma queda forte no preço."


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