São Paulo, quinta-feira, 15 de abril de 2010

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Dólar quase anula alta do ano; Bovespa sobe 0,34%

Dia foi marcado por boas notícias vindas dos EUA

EPAMINONDAS NETO
DA REPORTAGEM LOCAL

A taxa de câmbio brasileira desceu ontem para o seu menor valor em três meses, quase apagando a valorização acumulada neste ano, enquanto a Bovespa teve um dia de ganho moderado mesmo com a combinação de boas notícias como não se via há algum tempo na praça.
Primeiro, o início da temporada de balanços nos EUA reforçou as expectativas mais otimistas. Tanto a fabricante de processadores Intel como o banco JPMorgan Chase surpreenderam analistas do setor financeiro com lucros acima do esperado para o primeiro trimestre deste ano.
No campo da economia como um todo, as notícias também foram favoráveis: as vendas do setor varejista subiram 1,6% em março, quando a maioria estimava crescimento de somente 1,2%. A inflação do período não assustou: o IPC subiu 0,1%, batendo as projeções de bancos e de corretoras.
E o Fed (o BC americano) apontou que a recuperação econômica, ainda lenta, está se espalhando pelo país. No relatório denominado Livro Bege, quase todas as 12 divisões do Fed reportaram algum nível de crescimento regional (ante 9 na edição anterior do relatório).
As Bolsas de Valores americanas subiram com força. O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York avançou 0,94%, mantendo-se acima dos 11 mil pontos (o mais alto desde setembro de 2008). A Bolsa brasileira, que quase sempre reflete o viés dos negócios na praça americana, teve reação um pouco mais moderada. O índice Ibovespa subiu somente 0,34%.
Profissionais de mercado viram algum efeito do vencimento de opções ocorrido ontem. Opções são contratos em que os agentes financeiros negociam direitos de compra ou de venda de um ativo (no caso de ontem, o Ibovespa), o que costuma "perturbar" o fluxo regular dos negócios. Esses vencimentos inflam o giro financeiro no dia, que ontem aumentou para R$ 8,7 bilhões, quando o volume normal é de R$ 6,6 bilhões, em média.
O mercado brasileiro de ações vem operando "travado" já faz algum tempo, o que, para alguns analistas, também pode ser reflexo das expectativas para a política monetária do país. "O mercado está esperando um aumento dos juros [taxa Selic] neste mês, talvez de 0,50 ou 0,75 ponto percentual, e isso é sempre prejudicial para Bolsa", diz Júlio Mora, operador sênior da corretora de valores TOV.
Para a maioria do setor financeiro, será inevitável o aumento do juro (hoje em 8,75% ao ano) no próximo dia 28.
O dólar comercial foi negociado a R$ 1,749, o menor valor desde 12 de janeiro. Somente nos últimos dias a cotação da moeda americana cedeu 1,6%. No ano, a valorização acumulada caiu para somente 0,46%.


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