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Dólar quase anula alta do ano; Bovespa sobe 0,34%
Dia foi marcado por boas notícias vindas dos EUA
EPAMINONDAS NETO
DA REPORTAGEM LOCAL
A taxa de câmbio brasileira
desceu ontem para o seu menor
valor em três meses, quase apagando a valorização acumulada
neste ano, enquanto a Bovespa
teve um dia de ganho moderado mesmo com a combinação
de boas notícias como não se
via há algum tempo na praça.
Primeiro, o início da temporada de balanços nos EUA reforçou as expectativas mais otimistas. Tanto a fabricante de
processadores Intel como o
banco JPMorgan Chase surpreenderam analistas do setor
financeiro com lucros acima do
esperado para o primeiro trimestre deste ano.
No campo da economia como
um todo, as notícias também
foram favoráveis: as vendas do
setor varejista subiram 1,6%
em março, quando a maioria
estimava crescimento de somente 1,2%. A inflação do período não assustou: o IPC subiu
0,1%, batendo as projeções de
bancos e de corretoras.
E o Fed (o BC americano)
apontou que a recuperação
econômica, ainda lenta, está se
espalhando pelo país. No relatório denominado Livro Bege,
quase todas as 12 divisões do
Fed reportaram algum nível de
crescimento regional (ante 9 na
edição anterior do relatório).
As Bolsas de Valores americanas subiram com força. O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York avançou 0,94%, mantendo-se acima dos 11 mil pontos (o mais alto desde setembro
de 2008). A Bolsa brasileira,
que quase sempre reflete o viés
dos negócios na praça americana, teve reação um pouco mais
moderada. O índice Ibovespa
subiu somente 0,34%.
Profissionais de mercado viram algum efeito do vencimento de opções ocorrido ontem.
Opções são contratos em que
os agentes financeiros negociam direitos de compra ou de
venda de um ativo (no caso de
ontem, o Ibovespa), o que costuma "perturbar" o fluxo regular dos negócios. Esses vencimentos inflam o giro financeiro
no dia, que ontem aumentou
para R$ 8,7 bilhões, quando o
volume normal é de R$ 6,6 bilhões, em média.
O mercado brasileiro de
ações vem operando "travado"
já faz algum tempo, o que, para
alguns analistas, também pode
ser reflexo das expectativas para a política monetária do país.
"O mercado está esperando um
aumento dos juros [taxa Selic]
neste mês, talvez de 0,50 ou
0,75 ponto percentual, e isso é
sempre prejudicial para Bolsa",
diz Júlio Mora, operador sênior
da corretora de valores TOV.
Para a maioria do setor financeiro, será inevitável o aumento do juro (hoje em 8,75%
ao ano) no próximo dia 28.
O dólar comercial foi negociado a R$ 1,749, o menor valor
desde 12 de janeiro. Somente
nos últimos dias a cotação da
moeda americana cedeu 1,6%.
No ano, a valorização acumulada caiu para somente 0,46%.
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