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INDICADORES
Medido em dólar, PIB do país deve cair de US$ 788 bi para US$ 574 bi, ficando atrás de Canadá ou Espanha
Brasil perde 8º lugar entre as economias
ANTONIO CARLOS SEIDL
da Reportagem Local
O valor em dólares do PIB (Produto Interno Bruto, a soma da riqueza do país) brasileiro vai cair de
US$ 788 bilhões em 1998 para US$
574 bilhões neste ano, segundo estimativa do Cofecon (Conselho Federal de Economia).
Antônio Corrêa de Lacerda, presidente do Cofecon, diz que a queda de 27% da riqueza nacional em
99 resultará do efeito conjunto da
redução do nível de atividade econômica em 4% e da desvalorização
do real de 20% a 25% em termos
reais (descontada a inflação).
Com isso, o país corre o risco de
perder a oitava posição no ranking
das dez maiores economias mundiais para o Canadá ou a Espanha.
De acordo com o Banco Mundial, o Brasil, com um PIB nominal
de US$ 709,6 bilhões, foi a oitava
maior economia do mundo em
1998. Logo atrás do Brasil ficaram
o Canadá, em nono lugar, com um
PIB de US$ 569,9 bilhões, e a Espanha, em décimo, com um PIB de
US$ 565,2 bilhões.
Segundo o relatório do Banco
Mundial, as sete maiores economias do mundo, medidas pelo PIB
nominal, são EUA (US$ 7,4 trilhões), Japão (US$ 5,1 trilhões),
Alemanha (US$ 2,4 trilhões),
França (US$ 1,5 trilhão), Reino
Unido (US$ 1,15 trilhão), Itália
(US$ 1,14 trilhão) e China (US$
906,1 bilhões).
"Para os residentes no Brasil, essa queda no ranking não significa
muita coisa porque um dólar no
Brasil tem um poder de compra diferente de um dólar em Nova York
ou em Xangai. Mas, estatisticamente, estaremos perdendo posição, assim como nos quatro anos
de valorização do real inflamos artificialmente nosso poder de compra em dólares", diz Lacerda.
Além de tornar o país 27% mais
pobre, a nova realidade econômica
do Brasil provocará uma queda de
15% nas importações, segundo
prognóstico do Cofecon.
"A queda das importações neste
ano decorre não só da retração de
4% do PIB, como também de um
processo gradual de substituição
de importações no país", diz o presidente do Cofecon.
Lacerda estima que o valor total
das importações será de US$
48,978 bilhões neste ano, em comparação com US$ 57,552 bilhões
no ano passado, e que a taxa média
de câmbio em 99 será de R$ 1,70
por dólar, significando uma desvalorização real de 20% a 25% da
moeda brasileira.
"A nova realidade cambial motivaria um processo gradual de
substituição de importações. Primeiro, nos bens de consumo, e depois nos bens intermediários e de
capital, induzida por medidas adicionais de estímulo à compra de
produtos nacionais."
Segundo o Cofecon, as importações de bens de consumo terão
uma queda de 15%, e as de automóveis, de 20%.
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