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Faturamento das pequenas lojas do varejo cresce acima da média
DA REDAÇÃO
Os brasileiros estão preferindo fazer compras em lojas de
menor porte. Segundo pesquisa encomendada pela Apas (Associação Paulista de Supermercados) às empresas Nielsen e
Latin Panel, o faturamento real
das lojas com até quatro caixas
subiu 3,9% no ano passado com
relação a 2005, mais do que todos os outros tipos, embora a
expansão no número de unidades (0,7%) tenha sido inferior à
média geral.
Um dos motivos é a preferência pela proximidade de casa, já
que 62% dos consumidores fizeram as compras a pé. Não há
dados de anos anteriores, e esse
percentual é maior no Centro-Oeste (71%) e na região que engloba os Estados do Espírito
Santo, Minas Gerais e interior
do Rio de Janeiro (78%).
"É um número surpreendente. Isso demonstra a importância da proximidade do ponto-de-venda", comentou João
Sanzovo Neto, presidente da
Apas, que realiza nesta semana
a Feira Internacional de Negócios em Supermercados no Expo Center Norte (SP). A previsão é receber 50 mil executivos
e empresários do segmento,
movimentando R$ 3 bilhões.
De acordo com Sanzovo Neto, o dado justifica a estratégia
de grandes varejistas (Carrefour, Pão de Açúcar, Wal-Mart)
ao investir em lojas de vizinhança. Considerando estabelecimentos de todos os tamanhos, o aumento no faturamento, já descontada a inflação
do período, foi de 0,6%, com expansão de 0,9% no número de
lojas no mesmo comparativo.
Nos hipermercados, que se
caraterizam por ter 50 ou mais
caixas, houve a maior queda
(3,2%) na receita com vendas,
mesmo com o crescimento de
2,2% no número de lojas.
Segundo Martinho Paiva
Moreira, vice-presidente de
Comunicação da Apas, as compras mensais foram substituídas pelas de reposição, o que
ajuda a explicar essa redução
no faturamento das grandes lojas e o aumento no das pequenas. Os gastos das classes D e E
ajudaram nesse crescimento. O
estudo mostra que alimentos e
bebidas são responsáveis por
33% das despesas domésticas
desse público.
A concorrência no setor vem
se acirrando ao longo dos anos.
Desde o Plano Real (1994), o
número de lojas quase dobrou
(96,5%), chegando a 73.695 no
ano passado, enquanto o crescimento real do faturamento
foi de apenas 15,6% no mesmo
período. Por isso, o consumidor
está mais exigente e consciente. A pesquisa aponta que 47%
visitam diferentes lojas para
encontrar os melhores preços
e, para 44%, o valor do produto
é o fator mais importante na
hora da compra.
(TR)
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