São Paulo, terça-feira, 15 de maio de 2007

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Daimler vende Chrysler por US$ 7,4 bi para fundo

Montadora americana havia sido adquirida pela rival alemã por US$ 36 bi em 1998

Pela primeira vez, uma das três grandes do setor (Ford, GM e DaimlerChrysler) nos EUA não será comandada por um grupo industrial


DA REDAÇÃO

Nove anos após a sua aquisição, a DaimlerChrysler anunciou que, por US$ 7,4 bilhões, vai vender 80,1% da participação na Chrysler para o fundo americano Cerberus. A montadora comprou a rival dos EUA por US$ 36 bilhões em 1998.
Com o negócio, pela primeira vez uma das três grandes montadoras americanas (além da Chrysler, a Ford e a GM) não será comandada por um grupo industrial. O sindicato dos funcionários do setor automotivo dos Estados Unidos já afirmou que aprova a venda.
Pelo acordo, a Cerberus investirá US$ 5 bilhões na nova Chrysler e US$ 1,05 bilhão no braço financeiro da montadora. A Daimler receberá US$ 1,35 bilhão, mas gastará outros US$ 2 bilhões na companhia (a maior parte no seu programa de reestruturação), o que significa que teve que gastar US$ 650 milhões com a venda.
Porém, ela, que ficará com 19,9% das ações, não terá mais ligação com os planos de aposentadoria e de saúde dos funcionários da Chrysler, um negócio de US$ 20 bilhões.
A Cerberus é presidida pelo ex-secretário do Tesouro dos EUA John Snow (2003-2006) e tem investimentos em setores como aviação, telecomunicações e material de construção. No ano passado, ela adquiriu, por US$ 14 bilhões, 51% do GMAC, o braço financeiro da GM. Ela também é dona da companhia aérea Air Canada.
A aquisição da Chrysler reafirma a onda crescente de investimentos pelos fundos de private equity (de capital privado). Somente um desses fundos, o KKR, já movimentou US$ 120 bilhões nos quatro primeiros meses deste ano (mais do que a soma do que gastou nos últimos dois anos). Entre seus negócios, está a compra em fevereiro da TXU, a maior central de geração de energia elétrica do Texas, por US$ 45 bilhões, numa das maiores compras feitas por fundos.
Em 1998, o negócio entre Daimler e Chrysler foi considerado o futuro do setor automobilístico, mas a montadora não conseguiu atingir uma seqüência de bons resultados, oscilando entre anos de lucro e de prejuízo. No ano passado, ela perdeu US$ 1,5 bilhão e a terceira colocação nas vendas no mercado dos EUA para a Toyota. A Daimler demitiu 40 mil funcionários desde a transação.


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