São Paulo, terça-feira, 15 de maio de 2007

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Brasileiros têm de parar de reclamar, diz chinês

Para embaixador no Brasil, industriais precisam ser criativos para competir

Em discurso no 19º Fórum Nacional, diplomata afirma que expansão da China "não ameaça ninguém", apesar de queixa de empresários


DA ENVIADA ESPECIAL AO RIO
DA SUCURSAL DO RIO

O embaixador da China no Brasil, Chen Duqing, conclamou ontem o empresário brasileiro a "não reclamar" do avanço chinês e a ser competitivo, durante discurso no 19º Fórum Nacional de Altos Estudos.
"Os empresários brasileiros devem ser mais criativos para conquistar o mercado chinês. É melhor entrar em ação. Quanto mais cedo, mais rápido. O melhor é competir, não reclamar", disse, arrancando risos da platéia de empresários e políticos.
Duqing viveu nas décadas de 80 e 90 no Brasil e depois regressou à China. Há um ano voltou ao país como "embaixador extraordinário e plenipotenciário". Afirmou, após seu discurso no fórum, que "não tem como fugir da globalização". Apesar das queixas de setores da indústria brasileira intensivos em mão-de-obra, como têxtil e calçados, Duqing afirmou que China e Brasil são parceiros em condições iguais em relação aos aspectos econômicos. "Tem que ser criativo para poder competir, para melhorar o seu desempenho [...] O crescimento da China não constitui ameaça para ninguém", afirmou.
Também presente ao primeiro dia do fórum, o presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), o colombiano Luis Alberto Moreno, fez um discurso elogioso ao Brasil, com referências ao PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e lembrando que o país está no caminho para atingir o grau de investimento.
Apesar de ressalvar que o país peca na falta de investimentos à educação básica, segurança pública e habitação, Moreno elogiou o desenvolvimento da economia do Brasil nos últimos anos, com destaque para a redução da pobreza. Em seu discurso, Moreno citou o ex-presidente Juscelino Kubitschek como um dos primeiros estadistas a articular propostas para acelerar o desenvolvimento da região.
Ele elogiou ainda a presença de empresas brasileiras em outros países, citou a lei de responsabilidade fiscal como exemplo a ser seguido e ressaltou o papel do Brasil como líder no biocombustível no mundo.


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