São Paulo, terça-feira, 15 de maio de 2007

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Agrofolha

Bush acelera plano de economia de energia

Ordem do presidente norte-americano mobiliza órgãos federais para cumprir meta de reduzir consumo de combustíveis

Presidente dos EUA pede a membros de seu gabinete que completem o processo até o final de 2008; ele deixa o cargo em janeiro de 2009


Charles Dharapak/Associated Press
O presidente Bush, na Casa Branca; meta é reduzir consumo de gasolina em 10% em dez anos


SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON

A duas semanas do começo do verão no hemisfério Norte e com o preço do litro da gasolina voltando a encostar nos valores recordes do ano passado, o presidente George W. Bush convocou a imprensa para anunciar que estava acelerando as medidas que viabilizarão seu plano de economia de combustível, anunciado em seu discurso "O Estado da União", de janeiro.
Segundo a ordem executiva do republicano, agências e secretarias federais devem agilizar e coordenar suas ações para que o presidente consiga cumprir pelo menos um dos pontos de seu ambicioso projeto, batizado "20 em 10", que prevê a redução do consumo de gasolina nos EUA em 20% nos próximos dez anos: o da emissão de gases causadores do efeito estufa.
Apesar de ser "um assunto complexo", que "deve demorar para se resolver por completo", segundo as palavras do presidente norte-americano, ele pediu aos membros de seu gabinete "que completem o processo até o final de 2008". Foi o que disse Bush em encontro com a imprensa na tarde de ontem nos jardins da Casa Branca, em Washington. Em janeiro de 2009, Bush entrega o poder a seu sucessor -ou sucessora.
A ação do norte-americano é também uma reação à reprimenda pública dada em abril pela Suprema Corte a sua administração, ao decidir por cinco votos a quatro que, "sim", o dióxido de carbono e outros gases causadores do efeito estufa devem ser classificados como os outros poluentes regulados pelo "Clean Air Act" (Lei do Ar Limpo) e, por isso, também ser passíveis de regulamentação ambiental.
Por razões políticas e estratégicas, o gabinete de Bush passou os últimos seis anos minimizando a importância dos gases no aquecimento global. O contrário é defendido pelo Partido Democrata e constitui a bandeira principal de uma de suas estrelas, o ex-vice-presidente Al Gore, que venceu as eleições presidenciais de 2000 no voto popular mas foi derrotado por decisão da Suprema Corte (deu a vitória a Bush).
Em palestra em São Paulo na noite de sábado, Gore afirmou que acredita que a humanidade tenha "no máximo" dez anos para começar a agir em relação ao assunto. "Os líderes só vão acordar quando o povo acordar", disse o democrata.


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