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STF suspende julgamento
sobre cálculo do PIS/Cofins
Tribunal analisa se cobrança incide sobre o ICMS
MARCOS CÉZARI
DA REPORTAGEM LOCAL
Um pedido de vista do ministro Marco Aurélio Mello suspendeu ontem um dos julgamentos mais aguardados dos
últimos anos no Supremo Tribunal Federal: o que poderia
definir se o ICMS deve continuar integrando a base de cálculo da Cofins e do PIS/Pasep.
Os ministros do STF analisavam uma ação declaratória de
constitucionalidade do governo, que pedia a manutenção da
cobrança cumulativa (tributo
sobre tributo). Com o pedido
de vista do ministro, o assunto
deverá voltar a plenário apenas
dentro de algumas semanas.
Até que haja uma decisão final sobre a questão, as contribuições continuarão sendo cobradas sobre o tributo estadual.
No início do julgamento, os
ministros tiveram de decidir se
a ADC seria analisada antes de
um recurso extraordinário, que
também estava na pauta do dia,
sobre o mesmo tema -iniciado
em 1999, o recurso já tem seis
votos a favor dos contribuintes
(pela exclusão do ICMS) e apenas um a favor do governo.
Como a decisão da ADC teria
efeito sobre todos os contribuintes -já o recurso teria efeito apenas para a empresa envolvida-, os ministros decidiram, por maioria de votos, julgar primeiro a ação do governo.
Para o advogado Plínio Marafon, do escritório Braga &
Marafon Advogados Associados, a decisão, dando prioridade à ação, foi acertada, pois o resultado, qualquer que seja ele,
vai pôr fim à questão.
Para Marafon, a decisão de
julgar a ADC antes do RE não
vai alterar o resultado final,
que, para ele, será favorável aos
contribuintes. Ele se baseia nos
seis votos a favor (Marco Aurélio, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Carlos Ayres Britto, Cezar Peluso e Sepúlveda Pertence, este já aposentado).
O advogado crê que os cinco
ministros que votaram contra o
governo no recurso vão manter
seus votos ao julgar a ação.
Isso significa que, mesmo
que o ministro Menezes Direito vote a favor do governo, com
o ministro Eros Grau (cinco a
dois), ainda assim seria preciso
que os demais quatro ministros
(Gilmar Mendes, Celso de Mello, Ellen Gracie e Joaquim Barbosa) decidam votar contra os
contribuintes para que o governo ganhe por seis a cinco.
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