São Paulo, quinta-feira, 15 de maio de 2008

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País avança, mas é o 43º mais competitivo

Brasil sobe seis posições em ranking que engloba 55 nações; estudo, porém, aponta série de entraves

DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de duas quedas, o Brasil neste ano subiu seis posições, para o 43º lugar, no ranking mundial de competitividade elaborado pela prestigiosa escola de negócios suíça IMD (International Institute for Management Development). Não há muito o que comemorar, porém: como a lista contempla 55 nações, o país se encontra entre as que têm as piores condições de disputar o mercado internacional.
De acordo com o estudo, o salto observado de 2007 para 2008 deveu-se principalmente ao forte crescimento global, que os empresários brasileiros souberam aproveitar. No item performance econômica, um dos quatro que compõem a nota final, o país passou da 47ª para a 41ª posição. Em eficiência dos negócios -que mede produtividade e práticas gerenciais das companhias-, subiu da 40ª para a 29ª posição.
"O brasileiro é flexível, por isso consegue buscar oportunidades em qualquer cenário", explica Suzanne Rosselet, vice-diretora do World Competitiveness Center (Centro de Competitividade Mundial), grupo da IMD responsável pela análise. O acesso mais fácil a crédito e a redução dos juros contribuíram, juntamente com o aumento da renda per capita.
A conjuntura está favorecendo, mas problemas estruturais podem fazer com que o país regrida. Em eficiência do governo, o país avançou do 54º para o 51º lugar, e caiu de 49º para 50º em infra-estrutura. "Quando mencionamos que é preciso investir mais em infra-estrutura, queremos dizer educação e saúde, além de estradas, portos e linhas de trem", diz Rosselet.
"Os empresários estão mandando uma mensagem clara ao governo: é preciso aprimorar a legislação trabalhista e resolver questões que atrapalham os negócios, como a excessiva burocracia e a carga tributária." Para Carlos Arruda, professor da Fundação Dom Cabral e coordenador do estudo no Brasil, "este é o melhor momento possível para o país fazer os investimentos necessários."
O último levantamento anual da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), do ano passado, também coloca o Brasil como pouco competitivo no mundo: o país fica na 38ª posição no ranking de 43 nações.


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