|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BB lucra R$ 2,35 bi e supera bancos privados
Resultado cresceu 67% no 1º trimestre, impulsionado por ganhos extraordinários, como a venda da participação na Visa
Na semana passada, o presidente Lula afirmou que o "Banco do Brasil não pode pensar só no lucro, nem a Caixa Econômica Federal"
NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Eventos extraordinários fizeram com que o Banco do Brasil tivesse, no primeiro trimestre, o maior lucro entre as instituições financeiras no país. Os
ganhos do BB somaram R$
2,347 bilhões, uma alta de 67%,
superando os resultados de
Bradesco (R$ 2,102 bilhões) e
Itaú (R$ 2,043 bilhões).
Boa parte o lucro do BB, porém, vem de fatos isolados que
não devem se repetir no futuro.
Um deles é a venda da participação que o banco tinha na matriz da Visa nos EUA. A empresa fez um lançamento de ações
na Bolsa de Valores de Nova
York, o que trouxe ganhos para
seus acionistas -R$ 305 milhões, no caso do BB.
Além disso, o banco economizou R$ 302 milhões com o
que chamou de "maior eficiência tributária". "Periodicamente revemos a forma como estamos calculando e recolhendo o
imposto devido. Como o banco
é muito grande, volta e meia a
gente percebe que tem alguma
coisa que precisa de ajuste", diz
o vice-presidente de Finanças
do BB, Aldo Luiz Mendes.
Descontados os eventos extraordinários, o lucro cai para
R$ 1,559 bilhão, um pouco mais
distante dos resultados dos
bancos privados, cujas contas
do início do ano não foram tão
afetadas por fatos isolados como os registrados pelo BB.
Na semana passada, o presidente Lula chegou a comentar
que o BB não precisa ter ganhos
semelhantes aos alcançados
pelos seus concorrentes privados. Lula falava sobre a política
de preços da Petrobras, mas
aproveitou para citar também
os bancos controlados pelo governo. "O Banco do Brasil não
pode pensar só no lucro, nem a
Caixa Econômica Federal. É
preciso que essas instituições
poderosas, que nós mesmo
criamos, pensem um pouco na
repartição daquilo que são capazes de produzir", disse o presidente. Do lucro do primeiro
trimestre, o BB irá distribuir R$
939 milhões a seus acionistas,
sendo R$ 613 milhões para o
Tesouro Nacional.
Tarifas
O balanço do BB mostra um
pequeno recuo na receita obtida com a cobrança de tarifas.
No trimestre, o faturamento foi
de R$ 2,568 bilhões, 0,9% menos do que no último trimestre
de 2007. Segundo Marco Geovanne da Silva, gerente de Relações com Investidores do banco, a queda reflete novos limites impostos pelo governo para
a cobrança de tarifas bancárias.
As novas regras começaram a
entrar em vigor em abril, mas
se antecipando a isso o BB decidiu suspender o reajuste que
costumava fazer nos seus preços nos meses de janeiro, limitando o faturamento do banco.
"Foi um movimento de defesa,
de esperar e observar o que
acontece no mercado", disse.
A carteira de crédito do banco, por sua vez, chegou a R$
172,8 bilhões no final de março,
alta de 23,1% em relação ao primeiro trimestre de 2007. O faturamento gerado por essa carteira aumentou 14,7%, somando R$ 7 bilhões até março.
Texto Anterior: Crédito: Vale receberá US$ 5 bi de financeiras do Japão Próximo Texto: Crédito para habitação tem início em julho Índice
|