São Paulo, quinta-feira, 15 de maio de 2008

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BB lucra R$ 2,35 bi e supera bancos privados

Resultado cresceu 67% no 1º trimestre, impulsionado por ganhos extraordinários, como a venda da participação na Visa

Na semana passada, o presidente Lula afirmou que o "Banco do Brasil não pode pensar só no lucro, nem a Caixa Econômica Federal"

NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Eventos extraordinários fizeram com que o Banco do Brasil tivesse, no primeiro trimestre, o maior lucro entre as instituições financeiras no país. Os ganhos do BB somaram R$ 2,347 bilhões, uma alta de 67%, superando os resultados de Bradesco (R$ 2,102 bilhões) e Itaú (R$ 2,043 bilhões).
Boa parte o lucro do BB, porém, vem de fatos isolados que não devem se repetir no futuro. Um deles é a venda da participação que o banco tinha na matriz da Visa nos EUA. A empresa fez um lançamento de ações na Bolsa de Valores de Nova York, o que trouxe ganhos para seus acionistas -R$ 305 milhões, no caso do BB.
Além disso, o banco economizou R$ 302 milhões com o que chamou de "maior eficiência tributária". "Periodicamente revemos a forma como estamos calculando e recolhendo o imposto devido. Como o banco é muito grande, volta e meia a gente percebe que tem alguma coisa que precisa de ajuste", diz o vice-presidente de Finanças do BB, Aldo Luiz Mendes.
Descontados os eventos extraordinários, o lucro cai para R$ 1,559 bilhão, um pouco mais distante dos resultados dos bancos privados, cujas contas do início do ano não foram tão afetadas por fatos isolados como os registrados pelo BB.
Na semana passada, o presidente Lula chegou a comentar que o BB não precisa ter ganhos semelhantes aos alcançados pelos seus concorrentes privados. Lula falava sobre a política de preços da Petrobras, mas aproveitou para citar também os bancos controlados pelo governo. "O Banco do Brasil não pode pensar só no lucro, nem a Caixa Econômica Federal. É preciso que essas instituições poderosas, que nós mesmo criamos, pensem um pouco na repartição daquilo que são capazes de produzir", disse o presidente. Do lucro do primeiro trimestre, o BB irá distribuir R$ 939 milhões a seus acionistas, sendo R$ 613 milhões para o Tesouro Nacional.

Tarifas
O balanço do BB mostra um pequeno recuo na receita obtida com a cobrança de tarifas. No trimestre, o faturamento foi de R$ 2,568 bilhões, 0,9% menos do que no último trimestre de 2007. Segundo Marco Geovanne da Silva, gerente de Relações com Investidores do banco, a queda reflete novos limites impostos pelo governo para a cobrança de tarifas bancárias.
As novas regras começaram a entrar em vigor em abril, mas se antecipando a isso o BB decidiu suspender o reajuste que costumava fazer nos seus preços nos meses de janeiro, limitando o faturamento do banco. "Foi um movimento de defesa, de esperar e observar o que acontece no mercado", disse.
A carteira de crédito do banco, por sua vez, chegou a R$ 172,8 bilhões no final de março, alta de 23,1% em relação ao primeiro trimestre de 2007. O faturamento gerado por essa carteira aumentou 14,7%, somando R$ 7 bilhões até março.


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