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União Sadia-Perdigão criará Brasil Foods
Negócio, que pode ser fechado ainda hoje, criará a maior exportadora de produtos de carne processada do mundo
Executivo vê sinergia maior nas operações no exterior; nova empresa deve ser a 3ª maior exportadora do país, atrás de Vale e Petrobras
MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Brasil Foods (BRF) será o nome da nova companhia que
surgirá da união entre Sadia e
Perdigão. O nome da futura
maior empresa de alimentos
industrializados do Brasil será
em inglês, mas Brasil será grafado com s, como na língua portuguesa, não com o z do inglês.
O negócio poderá ser fechado
hoje, mas, ontem à noite, ainda
não se sabia precisar quando
exatamente será assinado.
"Pode sair a qualquer momento, estamos de prontidão,
mas ontem não foi possível
porque há muito detalhamento
jurídico. Questões fundamentais já foram ultrapassadas, e o
negócio está em fase de finalização", disse um executivo que
participa das negociações entre
as empresas. Advogados, profissionais de banco e das duas
empresas estão reunidos há
dias, trabalhando intensamente. Para o executivo, a sinergia
obtida com a BRF será maior
no exterior e imediata. Haverá
ganhos de logística, de meios de
produção e em outras áreas.
A nova companhia será a
maior exportadora de produtos
de carne processada do mundo.
Será também a terceira maior
exportadora brasileira, atrás de
Petrobras e Vale do Rio Doce,
mas " a única que levará a marca brasileira para a mesa de
consumidores no mundo todo", afirma. Sadia e Perdigão
hoje competem entre si em
mais de cem países.
O banco e a corretora ficarão
de fora da nova empresa por
exigência das duas partes. O
acordo não poderia acontecer
com a área financeira, segundo
uma fonte que participou de
muitos encontros para fechar o
acordo, que chegaram a reunir
até 20 pessoas na sala.
Os percentuais com que ficarão as partes, divulgados pela
imprensa, são aproximados,
porém não são corretos, segundo um executivo. Especula-se
que o acordo tenha sido firmado na base de pouco mais de
30% para Sadia e de pouco menos de 70% para a Perdigão.
A BRF terá dois copresidentes em seu conselho de administração, Nildemar Secches,
da Perdigão, e Luiz Fernando
Furlan, da Sadia. O mandato no
conselho será de dois anos.
Na nova empresa, aproximadamente 45% de vendas serão
destinadas ao mercado externo, e 55%, ao mercado interno.
A união das duas trará ganhos principalmente no exterior. Produtos da Perdigão, como os lácteos, que a Sadia não
produz, poderão ser oferecidos
a mercados em que a Sadia está
bem posicionada no exterior,
como no Chile, onde já vende
margarina. Ambas passam a
vender os produtos uma da outra, sem a necessidade de construção de novas fábricas.
Com a operação mais diversificada, haverá mais segurança,
afirma um dos executivos, que
diz acreditar que todos ganham
com a nova estrutura, clientes,
funcionários, acionistas e fornecedores.
As negociações, que desembocaram no acordo firmado,
começaram meses atrás. É a
quarta ou quinta tentativa de
união entre Perdigão e Sadia.
Quando o negócio for assinado, as companhias passarão por
um período de transição, em
que terão que aguardar até que
a BRF seja aprovada pelo Cade
(Conselho Administrativo de
Defesa Econômica),
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