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IR de fundos não exige pressa, diz Mantega
Afirmação de ministro da Fazenda contraria previsão de que, até o dia 10, seria reduzido o Imposto de Renda sobre aplicações
Governo ganha tempo até próxima definição da Selic enquanto não há sinal claro de migração de recursos dos fundos para as cadernetas
DA FOLHA ONLINE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ao contrário do que havia
prometido, o ministro Guido
Mantega (Fazenda) afirmou
ontem que não há pressa do governo para reduzir o Imposto
de Renda cobrado sobre fundos
de investimentos e demais aplicações ligadas à taxa de juros.
Em entrevista na quarta-feira, quando anunciou as mudanças no rendimento da caderneta de poupança, ele afirmara
que a desoneração desses investimentos poderia ser feita
antes da próxima reunião do
Copom (Comitê de Política
Monetária), que fixa os juros,
marcada para 9 e 10 de junho.
"A redução do IR para renda
fixa vai depender da queda da
Selic. Aí vamos estar reduzindo
não só para renda fixa, mas para outras aplicações também.
Por enquanto, não há necessidade de definição. Pode ser até
que não seja necessário", disse,
antes de seminário na Editora
Abril, em São Paulo.
A avaliação do governo, segundo a Folha apurou, é que a
atual taxa de juros já compromete o rendimento de fundos
de investimento com taxas de
administração acima de 2% ao
ano. Essas aplicações vêm obtendo remuneração abaixo da
da caderneta. No entanto, não
tem havido fuga de dinheiro.
A lógica é que leva algum
tempo até que os investidores
com saldos mais baixos, que
procuram os fundos com rentabilidade diária e taxas de administração mais elevadas, decidam mudar suas aplicações.
Dessa forma, o governo ganha tempo para reduzir o IR
sobre os fundos de investimento. A proposta da equipe de
Mantega é reduzir o imposto
sobre as aplicações vinculadas
à taxa de juros assim que houver sinais claros de migração.
Impacto
Esse processo deve se acelerar. Uma nova redução na taxa
Selic, referência para os juros
no país, terá impacto sobre os
fundos com taxa de administração entre 1% e 2% -produtos direcionados a investidores
com saldos mais elevados e que
reagiriam com maior rapidez à
perda de rendimentos.
Os fundos são tributados hoje em até 22,5% ao ano, caso os
saques sejam feitos antes de
seis meses. A proposta do governo é reduzir para 15% o IR
nessas aplicações até o fim do
ano. Em 2010, se for aprovada
pelo Congresso a taxação da
poupança com saldo acima de
R$ 50 mil, a cobrança de IR sobre os fundos de investimento
retorna aos percentuais de hoje. A desoneração custará entre
R$ 3 bilhões e R$ 3,5 bilhões
por ano ao governo.
Se for adotada a alíquota de
15%, um fundo de investimento
de curto prazo com taxa de administração de 1% aumentará
seu rendimento de 6,9% para
7,57% ao ano, considerando taxa de juros de 10%.
Se a Selic for reduzida a 9%
ao ano, o ganho dos fundos sobe
de 6,1% para 6,69% ao ano.
A desoneração é uma solução
transitória. A lei exige que aumentos de impostos, no caso o
IR da caderneta de poupança,
sejam aprovados pelo Congresso no ano anterior ao início da
cobrança. As reduções de impostos têm validade imediata.
Com a Agência Brasil
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