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Interesse na AL freia acordo de GM e Fiat
Desejo da montadora italiana de adquirir divisão da rival na região trava acordo para comprar operações na Europa
De acordo com pessoa envolvida nas negociações,
GM não quer entregar
"de mão beijada" operações na AL, que são lucrativas
DO "FINANCIAL TIMES"
As negociações da Fiat com a
General Motors para a criação
de um supergrupo automobilístico que incluiria a Opel/
Vauxhall, a Saab e a Chrysler
encontraram obstáculos com
relação às operações na América Latina da montadora americana, que incluem o Brasil.
Em um novo revés para a
proposta de Sergio Marchionne, o presidente-executivo da
Fiat, de criação de uma grande
montadora transatlântica,
Klaus Franz, o líder do sindicato dos funcionários da Opel,
disse que a parceria com a empresa italiana pode resultar em
uma perda de até 18 mil postos
de trabalho. "Encaro essa fusão
como uma necessidade crítica",
afirmou Marchionne.
Diferentemente dos seis outros interessados na aquisição
da Opel/Vauxhall, a Fiat também deseja o controle da lucrativa divisão sul-americana da
GM, que inclui adicionalmente
as operações da empresa na
África e no Oriente Médio.
O grupo de autopeças belga
RHJ, controlado em parte pela
Ripplewood (uma empresa especializada em fusões e aquisições), foi confirmado como um
dos potenciais interessados em
adquirir uma participação na
GM Europe, que também inclui
o grupo canadense Magna.
No entanto, a GM está relutante em abrir mão de uma de
suas operações mais lucrativas,
de acordo com duas pessoas informadas sobre as discussões.
A GM vendeu 1,3 milhão de carros na América Latina no ano
passado e é a segunda maior
montadora de automóveis no
mercado brasileiro.
"A América Latina é o problema", disse uma dessas pessoas. "A GM não vai simplesmente ceder e entregar a divisão de mão beijada."
E as duas partes tampouco
concordaram quanto às participações respectivas em uma
Fiat/Opel combinada. A GM
deseja encontrar um investidor
para suas operações europeias
até o final deste mês, quando se
esgota o prazo que o governo
americano concedeu à empresa
para reestruturação. Caso a
montadora fracasse, deverá
promover um pedido de concordata em regime expresso.
A GM precisa de investidores
externos para seus negócios
europeus a fim de conseguir garantias de empréstimos da Alemanha e de outros países em
que está instalada, para evitar
uma crise de caixa prevista para
o começo de julho. No entanto,
a companhia deseja reter uma
participação minoritária significativa na Opel/Vauxhall.
A Fiat propôs que a GM detenha cerca de 20% no grupo
Fiat/Opel combinado, com
uma fatia maior reservada aos
controladores da empresa italiana, a família Agnelli, e outras
ações lançadas em mercado como parte de uma oferta pública
inicial. Porém, a GM está insistindo em uma participação
maior, da ordem de 40%, em
uma montadora combinada.
Um porta-voz da montadora
norte-americana na Europa
disse que as negociações estavam indo "muito bem" e que a
empresa ainda não havia "estreitado suas opções a parceiros". A Fiat não quis comentar.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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