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ONU E DESENVOLVIMENTO
Reforma do Conselho de Segurança pode ocorrer rapidamente, diz Kofi Annan; Brasil é candidato a assento permanente
Secretário-geral defende mudanças na ONU
FABIANO MAISONNAVE
DA REDAÇÃO
O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas),
Kofi Annan, defendeu ontem a reforma do Conselho de Segurança,
disse que isso poderá ocorrer "rapidamente", mas se recusou a comentar a candidatura brasileira a
um assento permanente.
"Eu apóio a reforma. Acho que
o conselho pode ser mais democrático e representativo e também
ter mais legitimidade. O mundo
não é mais o mesmo. É crucial que
o Conselho reflita isso, de que o
mundo mudou", disse ontem Annan, ao ser questionado sobre o
assunto pela Folha durante entrevista coletiva na 11ª Unctad.
Sem entrar em detalhes, Annan
diz que a reforma "pode ser feita
rapidamente". "Esse debate está
crescendo na última década",
afirmou o secretário-geral da
ONU.
Segundo ele, o tema será discutido na próxima Assembléia Geral
da ONU, no segundo semestre
deste ano. "Estamos progredindo", afirmou.
Sobre a candidatura brasileira,
disse: "É um assunto para os
membros da ONU decidirem. Tudo o que posso dizer é que o Brasil
tem o direito de reivindicar, por
que não?".
Prioridade
Em entrevista coletiva mais tarde sobre o assunto, o presidente
da Assembléia Geral da ONU, Julian Hunte, disse que a reforma
das Nações Unidas tem sido uma
prioridade.
"Procurei revigorar e revitalizar
o processo [de reforma do CS]
neste ano ao não enfocar vários
itens, mas temas importantes.
Seis assuntos foram tratados -o
tamanho de um CS ampliado, a
questão da representatividade regional, o critério para ser membro, as relações entre a Assembléia Geral e o Conselho de Segurança, escopo e o uso do veto",
disse Hunte, chanceler de Santa
Lúcia (Caribe) eleito para o cargo
no ano passado. Seu mandato termina no fim deste ano.
"Estou no processo de determinar o escopo do relatório do Grupo de Trabalho sobre Reforma do
Conselho de Segurança", afirmou
Hunte.
Sobre o tamanho do CS, Hunte
disse que a proposta atualmente
mais discutida fixa o número de
países em "não menos de 24 e não
mais de 26".
O CS tem cinco membros permanentes (Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido)
e dez rotativos -o Brasil ocupa
atualmente uma dessas cadeiras.
Hunte também se recusou a
avaliar a candidatura brasileira:
"Há vários pretendentes, e o Brasil é um deles. É um país muito
qualificado, mas não sou eu quem
julgará". Citou México e Argentina como dois potenciais competidores na região.
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