São Paulo, terça-feira, 15 de junho de 2004

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ONU E DESENVOLVIMENTO

Reforma do Conselho de Segurança pode ocorrer rapidamente, diz Kofi Annan; Brasil é candidato a assento permanente

Secretário-geral defende mudanças na ONU

FABIANO MAISONNAVE
DA REDAÇÃO

O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Kofi Annan, defendeu ontem a reforma do Conselho de Segurança, disse que isso poderá ocorrer "rapidamente", mas se recusou a comentar a candidatura brasileira a um assento permanente.
"Eu apóio a reforma. Acho que o conselho pode ser mais democrático e representativo e também ter mais legitimidade. O mundo não é mais o mesmo. É crucial que o Conselho reflita isso, de que o mundo mudou", disse ontem Annan, ao ser questionado sobre o assunto pela Folha durante entrevista coletiva na 11ª Unctad.
Sem entrar em detalhes, Annan diz que a reforma "pode ser feita rapidamente". "Esse debate está crescendo na última década", afirmou o secretário-geral da ONU.
Segundo ele, o tema será discutido na próxima Assembléia Geral da ONU, no segundo semestre deste ano. "Estamos progredindo", afirmou.
Sobre a candidatura brasileira, disse: "É um assunto para os membros da ONU decidirem. Tudo o que posso dizer é que o Brasil tem o direito de reivindicar, por que não?".

Prioridade
Em entrevista coletiva mais tarde sobre o assunto, o presidente da Assembléia Geral da ONU, Julian Hunte, disse que a reforma das Nações Unidas tem sido uma prioridade.
"Procurei revigorar e revitalizar o processo [de reforma do CS] neste ano ao não enfocar vários itens, mas temas importantes. Seis assuntos foram tratados -o tamanho de um CS ampliado, a questão da representatividade regional, o critério para ser membro, as relações entre a Assembléia Geral e o Conselho de Segurança, escopo e o uso do veto", disse Hunte, chanceler de Santa Lúcia (Caribe) eleito para o cargo no ano passado. Seu mandato termina no fim deste ano.
"Estou no processo de determinar o escopo do relatório do Grupo de Trabalho sobre Reforma do Conselho de Segurança", afirmou Hunte.
Sobre o tamanho do CS, Hunte disse que a proposta atualmente mais discutida fixa o número de países em "não menos de 24 e não mais de 26".
O CS tem cinco membros permanentes (Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido) e dez rotativos -o Brasil ocupa atualmente uma dessas cadeiras.
Hunte também se recusou a avaliar a candidatura brasileira: "Há vários pretendentes, e o Brasil é um deles. É um país muito qualificado, mas não sou eu quem julgará". Citou México e Argentina como dois potenciais competidores na região.


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