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PROPRIEDADE INTELECTUAL
Tele italiana deve fazer acordo com empresa brasileira
Inpi dá marca TIM a grupo goiano
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
Está criado um novo imbróglio
no mercado de telecomunicações.
O Inpi (Instituto Nacional da Propriedade Industrial, do Ministério
do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio) deu ontem a um grupo goiano o direito de uso da marca TIM, que é adotada mundialmente pela Telecom Italia Mobile,
braço da telefonia celular da gigante Telecom Italia.
O Inpi já havia concedido a
marca ao grupo italiano, em 1999,
mas, diante da comprovação feita
pela empresa brasileira de que já
usava a sigla TIM (Telecomunicações, Instalações e Montagem
Ltda.) desde 1988, o órgão reconheceu que ela tinha direito de
preferência e também aprovou
seu pedido de registro da marca.
Agora, são duas empresas autorizadas oficialmente a usar no nome TIM no Brasil. Segundo a advogada do grupo goiano, Sabrina
Bonini, a solução para o impasse
deve ser um acordo comercial entre as partes, com renúncia ao direito da marca pelos brasileiros.
Segundo ela, em abril do ano
passado chegou a ser alinhavado
um acordo, no valor de US$ 12
milhões, que não foi adiante porque os italianos teriam exigido
que os brasileiros retirassem o pedido de registro no Inpi e cancelassem o nome na Junta Comercial antes do pagamento. A decisão de ontem do Inpi, na avaliação da advogada, aumenta o poder de negociação do grupo brasileiro, e a cifra tende a subir.
A TIM brasileira é uma empresa
de instalação e manutenção de redes de telecomunicações, que usa
a marca desde sua criação, em
1988, embora não a tenha registrado no Inpi. Ela pertence aos
empresários José Cláudio Morais
Carneiro e Roberto Fleury e atua
em vários Estados.
A decisão do Inpi resulta de
uma contenda judicial iniciada
pelo grupo goiano em 2003,
quando ele entrou com ação na
35ª Vara Federal do Rio de Janeiro
pedindo a suspensão do uso da
marca pelos italianos no país.
O grupo italiano chegou ao Brasil por ocasião da privatização do
Sistema Telebrás, em 1998, e, imediatamente, solicitou o registro de
sua marca junto ao órgão governamental, no que foi atendido.
Em 1999, quando os italianos já
tinham autorização oficial para
usar a marca TIM no Brasil, a empresa goiana despertou para o
problema e também requereu o
uso da marca, alegando que usava
o nome TIM de boa-fé havia 16
anos e que, segundo a lei da Propriedade Industrial (lei 927/96),
ela tinha direito de preferência.
A disputa entre a gigante multinacional e a empresa goiana continuou. Segundo a advogada do
grupo goiano, Sabrina Bonini, em
2000, os italianos notificaram extrajudicialmente o grupo brasileiro, alegando que estava usando
indevidamente a marca.
Segundo Bonini, a empresa brasileira é prejudicada pela duplicidade: ""Outras empresas de telefonia celular que eram clientes da
TIM de Goiás cancelaram contratados pensando se tratar de subsidiária do grupo italiano".
Segundo advogada, foi marcada
uma audiência de conciliação para o dia 23.
O grupo italiano disse que está
acompanhando todos os registros
e eventuais questionamentos sobre o uso de sua marca e que se
manifestará nos prazos fixados.
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