São Paulo, quinta-feira, 15 de junho de 2006

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Polícia apreende produtos nas Casas Pernambucanas

PF suspeita de venda de produto importado de forma ilegal; rede de lojas nega

Operação, que contou com a participação da Receita , ocorreu em 36 lojas nos Estados de São Paulo, Goiás, Paraná e Mato Grosso do Sul


FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

A Polícia Federal, em parceria com a Receita Federal, apreendeu ontem mercadorias e documentos em 36 lojas das Casas Pernambucanas nos Estados de São Paulo, Paraná, Goiás e Mato Grosso do Sul por suspeita de venda de produto importado de forma irregular.
O foco da operação foi a apreensão de recarregadores de bateria da marca Sony, que teriam entrado de forma ilegal no Brasil, além de outros produtos. Notas fiscais e outros documentos que possam identificar pessoas supostamente envolvidas em esquema de sonegação fiscal e contrabando também foram apreendidos.
Foram cumpridos 42 mandados de busca e apreensão no total. Além das lojas, foram alvos da operação, que contou com 180 policiais federais e 40 fiscais da Receita, quatro residências de sócios de duas importadoras -a Gepos Comércio de Material de Escritório e de Informática Ltda. e a Master Media Papelaria e Suprimentos Ltda.-, um depósito de produtos e um escritório de compras.
A partir de investigações que começaram há cerca de um mês em Jales (SP), policiais federais constataram que lojas das Casas Pernambucanas estavam comercializando recarregadores que teriam sido importados por duas empresas de fachada -a Gepos e a Master.
"Verificamos que essas empresas não estavam estabelecidas nos endereços fornecidos aos órgãos competentes nem sequer autorizadas a importar", afirma Rogério Giampaoli, delegado da Polícia Federal em Jales, município onde tiveram início as investigações da Polícia Federal.
Ontem, policiais federais apreenderam documentos nas casas dos sócios da Gepos (Eleny de Oliveira Marques e Geraldo Antonio Povoas) e da Master (Cristiane de Câmara Lombardi Velicev e Osvaldo de Carvalho). "Eles vão ter de explicar para a polícia como fazem a importação, se operam como "laranjas" de empresas. Vamos continuar as investigações", afirma Giampaoli.
Em relação à rede (Casas Pernambucanas), "vamos ver se agiu de má-fé ou não. As investigações continuam para identificar o grau de participação da empresa na importação e na venda de produtos importados de forma irregular".
Ontem, gerentes das lojas envolvidas na operação, batizada de Íons -em alusão às pilhas que acompanham os recarregadores-, foram ouvidos pelos policiais. Os responsáveis por compras das Casas Pernambucanas, segundo informa Giampaoli, também seriam ouvidos. "Pode ser que a direção da rede não saiba nada sobre a venda de produto importado de forma ilegal. As investigações vão prosseguir", afirma.
Em Jales, segundo informa o delegado, dois carros foram lotados de produtos. Em São Paulo, durante a apreensão, os policiais solicitaram um caminhão para poder dar conta de mercadorias apreendidas em uma terceira empresa que também seria importadora de produtos vendidos nas Casas Pernambucanas. "Não sabemos se os recarregadores estão à venda só nessa rede ou em outras", diz Júlio Savio, delegado da Polícia Federal em São Paulo.
Giampaoli informa que os produtos apreendidos ontem também não atendem ao que determina o Código de Defesa do Consumidor. "Observamos que não havia informação em português sobre as características do produto, condições de uso e preço."


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