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TRABALHO
Sem acordo, Volks ameaça demissões "imediatamente"
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Volkswagen deu um ultimato ontem aos representantes dos trabalhadores e
ameaçou demitir a partir de
hoje, caso os sindicatos não
aceitem implementar medidas necessárias para a empresa se reestruturar no país,
reduzir em 15% seus custos
com mão-de-obra e compensar oito anos de prejuízos no
Brasil. Os sindicalistas prometem responder "à altura".
Como os 12 mil empregados da fábrica de São Bernardo têm acordo de estabilidade até novembro deste ano,
os cortes podem começar
nas unidades de Taubaté e de
São José dos Pinhais (PR).
A Volks emprega cerca de
21,5 mil trabalhadores em
cinco unidades. Segundo os
sindicalistas, a empresa
anunciou que vai cortar
5.773 empregos até 2008.
Desde a semana passada, há
rumores em Taubaté de que
a montadora pretendia demitir a partir de segunda.
Antes de se reunir ontem
com dirigentes sindicais, o
vice-presidente de RH da
Volks, Josef-Fidelis Senn, e o
gerente de relações trabalhistas, Nilton Junior, afirmaram que as demissões poderiam começar "imediatamente". "Nós temos de fazer
demissões. São conseqüência de um plano de adequação de volumes e de reposicionamento de preços [a empresa alega prejuízo em suas
exportações com a atual taxa
de câmbio]", disse Nilton Jr.
"Se as negociações não evoluírem, vamos responder
imediatamente."
A reação também foi imediata entre os sindicalistas:
"A empresa tem de formalizar em um papel timbrado o
que pretende fazer, quantos
quer demitir, onde e quais
medidas quer adotar. Sem
essa transparência, não há
como negociar", disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, José Lopez Feijóo. "É preciso haver
contrapartidas, não dá só para impor cotas de sacrifício."
A VW informou que está
"lutando" para evitar o fechamento de uma de suas fábricas no país. "Estamos lutando para que haja um futuro [para todos os trabalhadores] e evitar o fechamento de
uma unidade", disse Senn.
A montadora reafirmou
que precisa reduzir a tabela
salarial para novas contratações, terceirizar setores, acabar com tempo livre de sindicalistas, rever acordo salarial
que prevê aumento real e aumentar jornada (sem pagar
hora extra) nos casos de falta
de qualidade para se tornar
mais competitiva.
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