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Sinal positivo do BC leva Bolsa a novo recorde
Núcleo da inflação no atacado dos EUA fica como o esperado e alimenta o otimismo externo; Bovespa ganha 1,36%
Ata mostra otimismo com a evolução dos preços, dizem analistas, e derruba juros de longo prazo na BM&F; dólar recua 0,98%, para R$ 1,927
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
Considerada otimista, a ata
da reunião do Banco Central
que baixou o juro em 0,5 ponto
percentual na semana passada
trouxe fôlego ao mercado. A
Bovespa subiu 1,36% e bateu
seu 22º recorde no ano, com
53.712 pontos. Foi o segundo
dia de alta após o pessimismo
recente com a elevação no retorno dos títulos públicos dos
Estados Unidos -ontem, os papéis de dez anos seguiram com
juro alto, de 5,217%, em ganho
de 0,33%.
Na ata, o Copom afirmou ver
potencial para o país crescer
ainda mais nos próximos meses. Destacou a importância
das importações para segurar
os preços, mas não respondeu à
principal dúvida colocada pelo
próprio comunicado do BC ao
divulgar a taxa, quando citou a
expressão "neste momento": os
juros vão cair a um ritmo de 0,5
ponto ou de 0,25 ponto nas
próximas reuniões?
"Obviamente, [o BC] não iria
deixar isso claro. Diria que há
uma tendência maior para cortes de 0,5 ponto. O cenário externo está confortável. A demanda não preocupa e [os diretores do BC] não esperam mudanças", disse Flavio Serrano,
da corretora López León.
"Diria que veio em um tom
bem mais otimista ou menos
conservador. Talvez tenha a ver
com a mudança na diretoria,
mas não tenho argumento para
afirmar isso", disse Carlos Nunes, da Coinvalores.
Por outro lado, o Copom admitiu uma preocupação com
um eventual aquecimento da
demanda no médio prazo, fato
explicitado no resultado do PIB
(Produto Interno Bruto) pelo
crescimento de 6% no consumo das famílias.
"Com a equipe dividida, não
vi tanto otimismo. Foi mais
uma ata bastante cautelosa,
que aproveitou muitos argumentos passados. Talvez o pessoal seja menos conservador,
no geral. A defesa do meio ponto não foi tão forte. Tudo o que
foi escrito justificaria um corte
de 0,25 [ponto]", disse Elson
Teles, da Concórdia.
Além da ata do Copom, a melhora foi deflagrada mais uma
vez por indicadores americanos. A Bolsa de Nova York encerrou o dia com valorização de
0,53% no índice Dow Jones e
de 0,48% no S&P 500. Ontem,
saiu o PPI (índice de preços no
atacado), acima das expectativas, mas com núcleo (que desconta a variação com energia e
alimentos) em sintonia com as
projeções. Hoje, sai o CPI (índice de preços ao consumidor) de
maio, o mais importante indicador de inflação. Ainda na Bovespa, o destaque ficou com as
ações ON da Sabesp, que dispararam 7,15% -maior alta entre
os papéis do Ibovespa. A empresa detalhou o seu plano de
investimento e surpreendeu os
analistas com seu programa de
pagamento de dividendos.
Câmbio e juros
No mercado de câmbio, o dólar fechou a R$ 1,927, com baixa
de mais 0,98%, refletindo a melhora geral nos mercados. O BC
aceitou poucas ofertas de compra de dólares à vista.
Na BM&F, os juros mais longos recuaram com o otimismo
da ata do Copom. A taxa para
janeiro de 2009 passou de
10,61% para 10,53%.
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