São Paulo, sexta-feira, 15 de junho de 2007

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Plataforma P-52 fica US$ 200 mi mais cara

DO ENVIADO A ANGRA DOS REIS

Peça da campanha eleitoral do então candidato Lula, em 2002, a plataforma da Petrobras P-52, inaugurada ontem, ficou quase US$ 200 milhões mais cara do que o valor previsto originalmente no contrato.
Segundo o gerente-executivo de engenharia da Petrobras, Pedro Barusco, o principal motivo do aumento do custo foi a desvalorização do dólar, que eleva os preços no país cotados em real. Outro importante fator, diz, foi o aumento do preço do aço nos últimos anos.
Pesaram ainda o aquecimento da demanda global por serviços e equipamentos na área de petróleo e ajustes no projeto.
Com capacidade de produzir 180 mil barris/dia, a P-52 custou US$ 1,1 bilhão. No contrato, custaria US$ 906 milhões.
Em 2002, a P-52 e a P-51 foram tema do primeiro programa na TV de Lula, que defendia a interrupção da licitação internacional para a construção das unidades e a inclusão de regras de conteúdo nacional para os projetos da Petrobras. Na época, o custo previsto das duas juntas era de US$ 1 bilhão.
No início do governo do PT, houve nova licitação, com meta de conteúdo nacional de 60%.
Na P-52, a indústria nacional forneceu 76% dos equipamentos e serviços.
Para o diretor de Exploração e Produção da estatal, Guilherme Estrella, a decisão de incluir regras de conteúdo nacional "foi política" e introduziu "um mecanismo de política econômica e industrial" na época.
Mais tarde, porém, tal decisão se revelou "acertada para a Petrobras do ponto de vista de gestão estratégica, pois facilitou o acompanhamento dos projetos", segundo Estrella.
Barusco disse não acreditar que seja mais caro construir plataformas no Brasil, já que empresas do país fornecem para projetos no exterior e a meta de conteúdo tem sido sistematicamente ultrapassada.
No começo do próximo ano, entrará em operação a outra plataforma, a P-51, primeira cujo casco foi integralmente feito no Brasil.
Seu custo original de US$ 806 milhões "estourou" em cerca de 20% por causa dos mesmos motivos da P-52.
No próximo mês, a Petrobras deve fechar o contrato da P-56, cujo casco também será feito no Brasil. Espera contar com isenção de ICMS do Estado do Rio, como ocorreu com a P-51.

Produção
Apesar da previsão do início da produção de quatro plataformas até o fim deste ano, a Petrobras produzirá menos óleo do que a meta.
Segundo Estrella, será extraído, em média, de 1,860 milhão a 1,880 milhão de barris/ dia, menos do que o estimado de 1,910 milhão de barris.
"O importante não é quanto vamos produzir. O que o mercado vê são os 64 novos projetos de exploração e produção que temos até 2011, que vão consumir investimentos de R$ 45 bilhões ao ano", disse. (PS)


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