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Plataforma P-52 fica US$ 200 mi mais cara
DO ENVIADO A ANGRA DOS REIS
Peça da campanha eleitoral
do então candidato Lula, em
2002, a plataforma da Petrobras P-52, inaugurada ontem,
ficou quase US$ 200 milhões
mais cara do que o valor previsto originalmente no contrato.
Segundo o gerente-executivo
de engenharia da Petrobras,
Pedro Barusco, o principal motivo do aumento do custo foi a
desvalorização do dólar, que
eleva os preços no país cotados
em real. Outro importante fator, diz, foi o aumento do preço
do aço nos últimos anos.
Pesaram ainda o aquecimento da demanda global por serviços e equipamentos na área de
petróleo e ajustes no projeto.
Com capacidade de produzir
180 mil barris/dia, a P-52 custou US$ 1,1 bilhão. No contrato,
custaria US$ 906 milhões.
Em 2002, a P-52 e a P-51 foram tema do primeiro programa na TV de Lula, que defendia
a interrupção da licitação internacional para a construção das
unidades e a inclusão de regras
de conteúdo nacional para os
projetos da Petrobras. Na época, o custo previsto das duas
juntas era de US$ 1 bilhão.
No início do governo do PT,
houve nova licitação, com meta
de conteúdo nacional de 60%.
Na P-52, a indústria nacional
forneceu 76% dos equipamentos e serviços.
Para o diretor de Exploração
e Produção da estatal, Guilherme Estrella, a decisão de incluir
regras de conteúdo nacional
"foi política" e introduziu "um
mecanismo de política econômica e industrial" na época.
Mais tarde, porém, tal decisão se revelou "acertada para a
Petrobras do ponto de vista de
gestão estratégica, pois facilitou o acompanhamento dos
projetos", segundo Estrella.
Barusco disse não acreditar
que seja mais caro construir
plataformas no Brasil, já que
empresas do país fornecem para projetos no exterior e a meta
de conteúdo tem sido sistematicamente ultrapassada.
No começo do próximo ano,
entrará em operação a outra
plataforma, a P-51, primeira
cujo casco foi integralmente
feito no Brasil.
Seu custo original de US$
806 milhões "estourou" em
cerca de 20% por causa dos
mesmos motivos da P-52.
No próximo mês, a Petrobras
deve fechar o contrato da P-56,
cujo casco também será feito
no Brasil. Espera contar com
isenção de ICMS do Estado do
Rio, como ocorreu com a P-51.
Produção
Apesar da previsão do início
da produção de quatro plataformas até o fim deste ano, a
Petrobras produzirá menos
óleo do que a meta.
Segundo Estrella, será extraído, em média, de 1,860 milhão a 1,880 milhão de barris/
dia, menos do que o estimado
de 1,910 milhão de barris.
"O importante não é quanto
vamos produzir. O que o mercado vê são os 64 novos projetos de exploração e produção
que temos até 2011, que vão
consumir investimentos de R$
45 bilhões ao ano", disse.
(PS)
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