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Consumidor do Brasil é prejudicado, diz Idec
Para entidade de defesa dos consumidores, Mattel precisa dar mais "transparência" às informações sobre recall no país
Procon-SP alerta
consumidores e diz que, se
ocorrer qualquer incidente
com brinquedos, empresa
deve assumir os danos
CLAUDIA ROLLI
JULIO WIZIACK
DA REPORTAGEM LOCAL
O Idec (Instituto Brasileiro
de Defesa do Consumidor) vai
pedir à Mattel que esclareça
por que os consumidores brasileiros e os norte-americanos
estão sendo tratados de forma
"diferenciada" no recall anunciado ontem pela empresa.
Após analisar o site da empresa (www.mattel.com) nos
EUA e as informações oferecidas aos consumidores no Brasil, por meio do 0800-77-01207
e do site da boneca Polly
(www.pocket.br), um dos alvos do recall, o Idec avaliou que
não houve "isonomia" na forma de tratar os consumidores.
"A companhia não tem um
site em português, o que já dificulta o acesso à informação",
diz Marilena Lazzarini, coordenadora institucional do Idec.
"No site americano, a Mattel
deu destaque às informações
sobre o recall , enquanto no site
brasileiro da boneca Polly há
um anúncio no pé da página."
Ela diz que é preciso mais
"transparência" nas informações aos brasileiros. "A recomendação para os americanos
foi clara, determinando que os
produtos deveriam ser imediatamente retirados das crianças.
A empresa pede ainda que os
consumidores entrem em contato para receber um "voucher"
para trocar o produto por outro
de sua escolha."
No Brasil, a Mattel pede que
o consumidor se cadastre, pelo
telefone ou e-mail, para receber um manual, com modelos
envolvidos no recall, e uma carta-resposta, que deverá ser
usada para enviar as peças para
análise. "Só após a análise, em
laboratório da Mattel, é que o
consumidor receberá um termo de quitação para ser reembolsado ou fazer a troca do produto por um de valor semelhante", diz Lazzarini.
A Folha testou o serviço ontem, às 13h, e as atendentes não
souberam informar quanto
tempo a análise dos produtos
deve demorar. Já o envio do
manual será feito entre 10 e 15
dias. "O que nos EUA será feito
na hora, aqui não se sabe sequer precisar quanto tempo vai
levar. Além da burocracia, ficou evidente a falta de isonomia no tratamento dos consumidores", diz Lazzarini.
Para obter informações em
português, até as 20h de ontem, o consumidor tinha de
percorrer um caminho com
cinco acessos em inglês. Ao entrar no site www.mattel.com,
deveria clicar no lado esquerdo
da tela em um quadro em vermelho escrito "Voluntary Recall Information". Após entrar
nesse aviso, deveria acessar, no
alto da página, o link "International Consumers". Só então
encontraria um mapa e o acesso em "Português". Depois desse acesso, apareciam dois quadros: Portugal e Brasil. No final
do quadro Brasil existia um
acesso "For product recall information, please click here".
A Mattel disse que o site em
português da boneca Polly seria atualizado ontem à noite,
alertando para o novo recall, e
que a troca dos brinquedos poderá demorar até um mês.
O diretor de fiscalização do
Procon-SP, Paulo Arthur Góes,
diz que o órgão acompanhará o
recall. " Se ocorrer qualquer incidente com alguma criança, a
Mattel deve assumir eventuais
danos. O direito a proteção à vida e segurança contra riscos é
claro no artigo 6º do Código de
Defesa do Consumidor."
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