|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Lucro do BB cai 36% no 1º semestre
Instituição credita recuo a ganho extra com crédito tributário em 2006 e a despesas com plano de demissão
Descontados os efeitos extraordinários, lucro teria
subido 84%; presidente da instituição diz que resultado
de R$ 2,477 bi é positivo
NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Banco do Brasil teve lucro
de R$ 2,477 bilhões no primeiro semestre deste ano, queda
de 36% em relação aos R$ 3,889
bilhões contabilizados nos seis
primeiros meses de 2006.
Maior instituição financeira do
país, o BB teve um resultado
menor do que o alcançado pelos seus principais concorrentes privados, Bradesco e Itaú,
que lucraram mais de R$ 4 bilhões cada um no período.
Ainda assim, o presidente do
BB, Antônio Lima Neto, considera positivo o resultado. "Ficamos satisfeitos. Tivemos um
excelente primeiro semestre."
A explicação para a queda no
lucro, segundo Lima Neto, está
em alguns eventos que inflaram o resultado do ano passado. O principal deles foi a utilização, em 2006, de R$ 1,9 bilhão em créditos tributários
-instrumento que dá às empresas um desconto nos impostos a pagar para compensar
prejuízos sofridos em anos anteriores. Pagando menos imposto, o lucro líquido aumenta
na mesma proporção.
Por outro lado, neste ano o
BB também teve uma despesa
extra de R$ 446 milhões com o
pagamento de benefícios do
programa de demissão voluntária implantado pelo banco
-cerca de 7.000 funcionários
aderiram ao programa.
Descontados esses fatores, o
lucro do BB teria passado de R$
1,586 bilhão, no primeiro semestre de 2006, para R$ 2,9 bilhões neste ano, alta de 84,4%.
Segundo Lima Neto, o lado
positivo do resultado do BB
neste ano está na expansão do
crédito e no aumento das receitas com tarifas, movimentos
semelhantes aos observados
nos bancos privados que já divulgaram seus balanços. Os ganhos com empréstimos cresceram 16,6%, para R$ 12,2 bilhões
entre janeiro e junho. As tarifas, por sua vez, renderam R$
4,8 bilhões -alta de 10,7%.
O presidente do BB diz que a
alta nos ganhos com empréstimos se deve à maior procura
por financiamentos, tanto por
pessoas físicas quanto por empresas. Do lado das tarifas, o
executivo creditou o faturamento a um foco maior na venda de pacotes de serviços, em
vez de cobranças feitas a cada
operação isolada.
"Ficamos felizes em arrecadar mais tarifas com essa segmentação. É bom para o banco
e justo para o cliente."
Para Ricardo Martins, gerente da área de pesquisa da corretora Planner, os resultados do
BB são bons, mas a distância
em relação a Bradesco e Itaú se
explica pela pouca penetração
que o banco federal tem em outros mercados além do crédito,
como previdência privada, capitalização e investimentos.
"Linha de crédito todo mundo
está oferecendo. Apesar do
grande porte, [o BB] é um banco que ainda tem muito para
crescer em termos de produtos
mais sofisticados."
Já Carlos Macedo, analista
do Unibanco, ressalta que a
menor rentabilidade do BB pode ser explicada pela sua forte
atuação no mercado de crédito
rural, que apresenta um retorno um pouco menor do que a
média do mercado. Ainda assim, diz que os números mostram um aumento na eficiência
das operações do banco.
Texto Anterior: Tributação: Adesão ao Supersimples tem prazo ampliado até o dia 20 Próximo Texto: Braço para microcrédito do banco tem perda de R$ 10,8 mi Índice
|