|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Lucro do BNDES registra recuo no primeiro semestre
Ganho de R$ 4,1 bilhões representa baixa de 6,82% em
relação aos resultados de igual período do ano passado
Números do banco de
fomento do governo federal
se aproximam dos lucros
de instituições comerciais,
como Bradesco e Itaú
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
CIRILO JUNIOR
DA FOLHA ONLINE, NO RIO
O BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social) registrou lucro de
R$ 4,1 bilhões no primeiro semestre. O resultado representa
um decréscimo de 6,82% em
relação ao de igual período do
ano passado, quando os ganhos
haviam somado R$ 4,4 bilhões.
O resultado do banco de fomento de janeiro a junho é similar ao dos principais bancos
comerciais do país, como Bradesco e Itaú. Segundo Vânia
Borgerth, chefe do departamento de Contabilidade, no
primeiro semestre do ano passado, o desempenho foi influenciado por efeitos extraordinários, como a liquidação antecipada de contratos de financiamento à exportação no valor
de R$ 649 milhões e a receita
extraordinária de reversão para
provisão de risco de crédito, de
R$ 1,2 bilhão. No primeiro semestre deste ano o montante
ficou em R$ 415 milhões.
Segundo do banco, sem os fatos extraordinários o lucro do
primeiro semestre seria superior ao de igual período do ano
passado em R$ 700 milhões.
"O lucro do banco está mais
associado ao desempenho da
renda variável", afirmou Borgerth. As participações societárias somaram R$ 4,8 bilhões e
tiveram crescimento de 111,7%
em relação ao primeiro semestre do ano passado.
No primeiro semestre, o
BNDES anunciou a redução de
"spreads" (diferença entre a taxa de captação e a repassada
aos clientes). As taxas básicas
cobradas pelo banco passaram
de 0% a 3% para 0% a 1,8%.
Demanda aquecida
Diante do ritmo de crescimento da economia, o banco
estima que a demanda possa ultrapassar o teto de R$ 80 bilhões fixado no orçamento. O
presidente do BNDES, Luciano
Coutinho, apresentou ontem
ao Conselho de Administração
do banco uma série de alternativas para obter recursos mirando não só a complementação deste ano, como também os
anos de 2009 e 2010. "Mostramos um leque de alternativas
como mais FAT, captação no
exterior, no mercado doméstico, que depende de circunstâncias do mercado, entre outros."
O presidente do BNDES afirma
que é difícil mensurar o comportamento exato da demanda
no restante do ano. "Isso depende da força do crescimento
da economia e do quanto vai ser
deslocado para o BNDES, mas
[a demanda no ano] seria um
valor mais perto de R$ 85 bilhões. Ainda não podemos fazer prognósticos."
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que faz parte do conselho, disse ontem que o
BNDES pediu R$ 10 bilhões ao
ministério via recursos do FAT
(Fundo de Amparo ao Trabalhador) e do FGTS (Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço). O ministro afirmou, no entanto, que dificilmente os recursos do FAT serão liberados
neste ano. Coutinho afirmou
que o montante seria favorável,
mas que não sabe se o FAT tem
essa disponibilidade. "Temos
várias alternativas, ainda há
discussão com o Tesouro em
andamento, temos um volume
de dividendos bom", disse.
Em evento após a reunião,
Lupi disse que o banco precisava de R$ 40 bilhões. Segundo o
BNDES, o valor pode representar a diferença entre a perspectiva de estoque de operações
aprovadas e desembolsadas no
fim do ano, mas que o banco
não está pedindo esse valor.
Texto Anterior: BM&F Bovespa corta 300 dos seus 1.400 funcionários Próximo Texto: Voto "contra" constrangerá indicada para vaga na Anatel Índice
|