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Petrobras lucra R$ 7,7 bi e supera previsões
Resultado da estatal avança 33% no 2º tri, mas ganho no semestre ainda é 20% menor que o do mesmo período de 2008
Recuperação do preço do petróleo e alta da produção interna melhoram balanço, mas não compensam todos os estragos da crise global
30.mar.2009/Divulgação
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Plataforma da Petrobras na bacia de Campos
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
CIRILO JUNIOR
DA FOLHA ONLINE NO RIO
A Petrobras fechou o primeiro semestre com lucro líquido
20% abaixo do obtido em igual
período do ano passado. A redução, de R$ 16,95 bilhões para
R$ 13,55 bilhões, foi motivada
pela recente desvalorização
cambial e pelo fato de os preços
do petróleo ainda estarem, em
média, 52% menores na comparação dos dois períodos.
Mas a estatal festejou o resultado do segundo trimestre deste ano, que, em comparação
com o anterior, apontou um
crescimento de 33% no lucro,
atingindo R$ 7,734 bilhões.
O resultado no período ultrapassou o previsto por analistas,
que o estimavam entre R$ 5,6
bilhões a R$ 6,5 bilhões.
Segundo o diretor financeiro
e de relações com investidores,
Almir Barbassa, o lucro trimestral poderia ter ultrapassado os
R$ 10 bilhões, não fosse a desvalorização cambial de 15%
acumulada de abril a junho, que
produziu efeito contábil negativo de R$ 2,5 bilhões.
Como ela tem mais ativos do
que passivos atrelados ao dólar,
a valorização do real gera uma
desvalorização igual de bens e
investimentos no exterior.
Barbassa atribuiu a melhoria
no trimestre a dois fatores
principais: o aumento da produção e a tendência de recuperação dos preços do petróleo no
mercado internacional, a partir
do início do ano.
À medida que sobem os preços, a empresa tem um ganho
adicional da valorização de
seus estoques de combustíveis
acumulados quando os preços
estavam em baixa. Segundo
Barbassa, esse ganho foi de R$
1,4 bilhão no trimestre.
Passado o turbilhão da crise
econômica global, que fez despencar o preço do barril no
mercado internacional, a cotação média do petróleo subiu
38% no segundo trimestre. O
tipo Brent, negociado em Londres, passou de US$ 43,08, no
primeiro trimestre, para US$
59,61 o barril.
Segundo Barbassa, embora
os preços do petróleo estejam
abaixo dos praticados no ano
passado, a Petrobras teve o benefício de importar petróleo a
preço menor, o que reduziu o
custo dos produtos em 21%.
Também caíram os gastos com
pagamentos de royalties, que
são atrelados ao dólar e ao preço do barril no exterior.
"O primeiro semestre do
2008 foi de euforia, de crescimento continuado dos preços,
que chegaram ao pico histórico
de US$ 147 o barril no início de
julho de 2008. Com a crise, o
preço despencou, mas já está
em recuperação."
Vendas
Contribuiu para o aumento
do lucro, no segundo trimestre,
além do encarecimento do petróleo, a expansão de 10% nas
vendas de derivados no mercado interno, em relação aos três
primeiros meses do ano, reflexo do início de recuperação da
atividade econômica.
O consumo de gás natural
cresceu 13%, no trimestre, segundo a Abegás (Associação
Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado).
Outro fator que impulsionou o
lucro foi a alta da produção doméstica de óleo e gás, de 1% no
segundo trimestre e de 6% entre janeiro a junho, ante o primeiro semestre de 2008.
Segundo Barbassa, a balança
comercial do petróleo (diferença entre as exportações e as importações da estatal) deu uma
virada em 2009. O saldo entre o
volume comercializado subiu
de 27 mil barris/dia para 184
mil barris/dia, o que teve um
impacto financeiro. A balança
passou de deficitária (menos
US$ 566 milhões no primeiro
semestre do ano passado) para
superavitária em US$ 1,3 bilhão
no último semestre.
A empresa atribui tal fenômeno à maior produção interna de diesel, à retração econômica, comparada à atividade do
ano passado, e ao maior quantitativo exportado.
Investimento
A estatal investiu R$ 32,5 bilhões no semestre -equivalentes a R$ 170 milhões por dia- e
prevê ultrapassar a meta de R$
60 bilhões prevista para este
ano, em razão do aumento de
gastos para a exploração da camada do pré-sal. Vão ser adquiridas duas novas sondas neste
ano e mais seis no ano que vem.
O diretor disse que a meta de
produção de petróleo em campos nacionais para o ano é de
2,050 milhões de barris/dia e
que deve ser atingida com o aumento da produção das plataformas que começaram a operar no final do ano passado.
Com R$ 10 bilhões em caixa,
e financiamentos de US$ 32 bilhões contratados com o
BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) e bancos estrangeiros, a
empresa se considera em situação confortável para cumprir o
plano de investimento.
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