São Paulo, quarta-feira, 15 de setembro de 2004

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PRODUÇÃO

Queixa parte de vizinhos

Barulho pode paralisar fábrica da Ford no ABC

DA FOLHA ONLINE

Uma disputa entre vizinhos pode vir a suspender parte das atividades da Ford, localizada em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. No mês passado, a Justiça acatou pedido do Ministério Público e determinou a suspensão do funcionamento do setor de estamparia na parte da noite.
A suspensão foi pedida por conta das reclamações de barulho feitas pelos moradores do condomínio residencial vizinho da Ford.
A montadora já conseguiu derrubar a liminar que impedia o funcionamento da estamparia à noite. Mas o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, ligado à CUT (Central Única dos Trabalhadores), está preocupado com a possível suspensão dos investimentos da montadora na planta de São Bernardo.
Segundo o sindicato, os trabalhadores negociavam com a Ford a vinda de um novo modelo de veículo para a linha de produção da fábrica. Com o problema de vizinhança, o temor é que a montadora transfira o investimento para outra planta.
Para protestar, os trabalhadores realizam hoje uma passeata de protesto. O medo do sindicato é que a transformação da região de zona industrial para zona mista possa afetar as atividades de outras empresas da região, como a DaimlerChrysler e Metal Leve.
Como zona industrial, o local não poderia abrigar condomínios residenciais.
Segundo a Ford, a empresa se preocupou desde o início da construção do condomínio com os possíveis problemas de barulho e incômodo aos vizinhos.
Na ocasião, segundo a montadora, a construtora teria se comprometido a adotar medidas de proteção acústica no prédio.

Incentivo
"É um absurdo. Enquanto outras cidades criam incentivos para atrair indústrias, São Bernardo age para impedir o desenvolvimento das fábricas", disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, José Lopez Feijóo.
Ele disse que os moradores do condomínio também foram enganados, pois não sabiam do problema de acústica. "Estão fazendo milhares de vítimas. Primeiro, enganaram os compradores dos apartamentos vendendo gato por lebre. Agora, são os trabalhadores os novos ameaçados."
A Ford informou que já transferiu parte dos funcionários da estamparia para outros setores. Mas informou que tomará as medidas legais necessárias para garantir a continuidade das suas operações industriais normais, inclusive da estamparia.


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