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PRODUÇÃO
Queixa parte de vizinhos
Barulho pode paralisar fábrica da Ford no ABC
DA FOLHA ONLINE
Uma disputa entre vizinhos pode vir a suspender parte das atividades da Ford, localizada em São
Bernardo do Campo, no ABC
paulista. No mês passado, a Justiça acatou pedido do Ministério
Público e determinou a suspensão do funcionamento do setor de
estamparia na parte da noite.
A suspensão foi pedida por conta das reclamações de barulho feitas pelos moradores do condomínio residencial vizinho da Ford.
A montadora já conseguiu derrubar a liminar que impedia o
funcionamento da estamparia à
noite. Mas o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, ligado à CUT
(Central Única dos Trabalhadores), está preocupado com a possível suspensão dos investimentos da montadora na planta de
São Bernardo.
Segundo o sindicato, os trabalhadores negociavam com a Ford
a vinda de um novo modelo de
veículo para a linha de produção
da fábrica. Com o problema de vizinhança, o temor é que a montadora transfira o investimento para outra planta.
Para protestar, os trabalhadores
realizam hoje uma passeata de
protesto. O medo do sindicato é
que a transformação da região de
zona industrial para zona mista
possa afetar as atividades de outras empresas da região, como a
DaimlerChrysler e Metal Leve.
Como zona industrial, o local
não poderia abrigar condomínios
residenciais.
Segundo a Ford, a empresa se
preocupou desde o início da
construção do condomínio com
os possíveis problemas de barulho e incômodo aos vizinhos.
Na ocasião, segundo a montadora, a construtora teria se comprometido a adotar medidas de
proteção acústica no prédio.
Incentivo
"É um absurdo. Enquanto outras cidades criam incentivos para
atrair indústrias, São Bernardo
age para impedir o desenvolvimento das fábricas", disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, José Lopez Feijóo.
Ele disse que os moradores do
condomínio também foram enganados, pois não sabiam do problema de acústica. "Estão fazendo
milhares de vítimas. Primeiro, enganaram os compradores dos
apartamentos vendendo gato por
lebre. Agora, são os trabalhadores
os novos ameaçados."
A Ford informou que já transferiu parte dos funcionários da estamparia para outros setores. Mas
informou que tomará as medidas
legais necessárias para garantir a
continuidade das suas operações
industriais normais, inclusive da
estamparia.
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