São Paulo, sábado, 15 de setembro de 2007

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Mercado tem mais espaço para trabalhadores acima de 40 anos

DA SUCURSAL DO RIO

O mercado de trabalho está valorizando mais o profissional experiente e está restrito para jovens. De 2005 para 2006, a participação dos trabalhadores com 40 anos ou mais aumentou de 39% para 40,1%. O aumento representou a entrada de 908 mil pessoas dessa faixa etária na população ocupada. Movimento inverso ocorreu com a população entre 20 e 24 anos, cuja participação passou de 66,6% para 66,0% de 1996 até o ano passado. Já o percentual de ocupados de 18 a 19 anos caiu de 55,2% para 51,8%.
"Vejo um problema educacional no desemprego jovem: uma enorme massa de 18 a 25 anos está pouquíssimo preparada para ingressar no mercado de trabalho. Pelos dados da Pnad de 2005, 30% dos jovens nessa faixa têm menos de oito anos de escolaridade. Estão, portanto, potencialmente fora do mercado de trabalho", afirmou Sonia Rocha, pesquisadora do Iets (Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade).
Ela diz que a preferência pelos mais velhos pode estar relacionada à busca por empregados experientes, já que o mercado de trabalho busca majoritariamente pessoas com mais de oito anos de estudo.
Segundo o IBGE, a tendência de envelhecimento da população e as mudanças nas regras da Previdência, que aumentam o tempo de permanência no mercado de trabalho, explicam a mudança de quadro -além da volta ao mercado após a aposentadoria em busca de renda.
O percentual de pessoas ocupadas entre 40 e 49 anos aumentou de 73,5% em 1996 para 77,2% no ano passado. Na faixa de 50 a 59 anos a participação passou de 60,8% para 65,1%. Para os trabalhadores de 60 anos ou mais, o percentual é igual ao de 1996, 30,6%.
Para João Sabóia, diretor do Instituto de Economia da UFRJ, as mudanças na aposentadoria podem ter colaborado. A participação das pessoas de 40 anos ou mais é maior no Sul (43,1%) e Sudeste (41,9%).

Previdência
Mais da metade da população não contribui para a Previdência, mas, de 2005 para 2006, houve um aumento de 5,4% e o percentual de contribuintes chegou a 48,8%, o equivalente a 43,6 milhões de pessoas. O grupamento de atividade que mais contribui para a Previdência é administração pública, com 84,8%. O menor percentual é de atividades agrícolas, com 13,5%.


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