|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Mesmo com queda no índice, país tem 15 mi de analfabetos
DA SUCURSAL DO RIO
Na era da tecnologia da informação, 14,9 milhões eram analfabetos em 2006 no país, queda
de 4,2% na comparação com
2005, segundo a Pnad.
A taxa de analfabetismo
manteve a trajetória de queda
-de 10,2% da população com
mais de 10 anos em 2005 para
9,6% em 2006. O problema se
amplifica, porém, quando olhado o enorme contingente de
analfabetos funcionais, conceituados como aqueles com menos de quatro anos completos
de estudo. Em 2006, havia 36,9
milhões de pessoas nessa condição. Representavam 23,6%,
contra 24,9% em 2005.
De acordo com o IBGE, apesar da expansão do número de
crianças matriculadas nas escolas, as taxas de analfabetismo
e o número analfabetos funcionais se mantêm altos nas gerações mais velhas e no Norte e
no Nordeste especialmente.
Em 2006, 97,6% das crianças
de 7 a 14 anos freqüentavam o
colégio -o percentual era de
97,3% em 2005 e cresce continuamente desde 1992, primeiro ano da pesquisa.
As diferenças regionais também são marcantes: o Nordeste
tinha o maior número de pessoas que não sabiam ler e também a mais alta taxa de analfabetismo funcional -8,9% e
35,5%, respectivamente.
"O analfabetismo funcional
reflete mais a parcela da população que não se escolarizou o
suficiente e não tem condição
ou interesse de voltar mais para
o sistema educacional", disse
Romualdo Portela, professor
da faculdade de Educação da
USP. Segundo ele, o índice não
mede a qualidade do ensino. Ou
seja, não significa necessariamente que os quatro anos foram suficientes ou não para
completar a alfabetização e fazer da leitura e da escrita ferramenta de trabalho e melhoria
das condições de vida.
Outro problema que persiste
é a baixa escolarização -em
média, 6,8 anos de estudo. Em
uma tendência vista já há alguns anos, as mulheres continuam estudando mais: 7 anos.
Os homens, 6,6.
Para Sônia Rocha, economista do Iets (Instituto de Estudos
do Trabalho e Sociedade), a baixa escolaridade é uma das causas da exclusão dos jovens do
mercado de trabalho.
Lula x FHC
Nos governos de Fernando
Henrique Cardoso e de Lula, o
esforço de matricular o maior
número possível de crianças
resultou na queda do analfabetismo. O ritmo não foi muito diferente, com pequena vantagem para o tucano.
Na média anual, a taxa de
analfabetismo caiu 3,78% no
primeiro mandato FHC (1995-1998). No segundo, houve queda de 4,13%. Já sob Lula, a retração média ficou em 3,55%.
Excluída a área rural da região Norte (não pesquisada até
2004), a taxa de analfabetismo
era 14,7% em 1995. Em 2002,
último ano do governo PSDB,
caiu para 10,9%. No primeiro
ano de Lula, ficou em 10,6%.
Em 2006, cedeu para 9,4%.
Texto Anterior: Foco: Analista de sistemas volta a estudar aos 38 anos, após desistir de 3 cursos Próximo Texto: Foco: Ceará eleva inclusão de crianças com 6 anos no ensino fundamental Índice
|