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Bancos desistem de Lehman e tentam salvar Merrill Lynch
Grandes instituições fazem plano para restabelecer a confiança no sistema financeiro
Com a provável falência do Lehman Brothers, maiores bancos do mundo costuram a compra do Merrill Lynch pelo Bank of America
David Goldman - 13.set.08/Associated Press
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Presidente do Merrill Lynch, John Thain, deixa reunião em NY
DA REPORTAGEM LOCAL
O Fed (Federal Reserve, o BC
dos EUA) reuniu os maiores
bancos americanos e europeus
durante todo o final de semana,
em Nova York, para viabilizar o
resgate do Lehman Brothers, o
quarto maior banco de investimento dos EUA, e impedir a
sua liquidação, que trará mais
instabilidade ao conturbado
mercado financeiro global.
Sem ajuda financeira do governo dos EUA e do Fed, os
bancos teriam desistido do
Lehman e partido para salvar o
Merrill Lynch, outro banco tradicional de Wall Street, apontado como o próximo arriscado
de insolvência na crise iniciada
com as hipotecas "subprime"
(segunda linha) nos EUA e que
já abateu outras instituições,
como o rival Bear Stearns.
Para isso, o Merrill Lynch deverá ser absorvido pelo Bank of
America, o segundo maior banco americano, por pelo menos
US$ 38,25 bilhões. Já a gigante
dos seguros AIG, outra instituição em sérias dificuldades e
com negócios espalhados pelo
mundo, deve anunciar uma
reestruturação para tentar
manter as suas operações.
Na reunião, os bancos discutiram também um plano para
restaurar a credibilidade do sistema financeiro. Os bancos planejam criar um colchão de US$
50 bilhões para emprestar a financeiras em dificuldades.
O objetivo dos negociadores
era conseguir um desfecho para a situação do Lehman antes
da abertura dos mercados na
Ásia de hoje (noite de ontem
em Brasília). A tentativa foi
dramática, uma corrida contra
o tempo que envolveu dezenas
de instituições e discussões frenéticas desde a noite da sexta-feira. Foi aventada a possibilidade de dividir as principais
áreas de negócio do banco, com
grandes instituições injetando
dinheiro na parte ruim e a parte
boa sendo negociada.
Com a dificuldade em costurar um acordo só entre os bancos privados, o Lehman parecia, até o fechamento desta edição, rumando para a falência.
O Lehman Brothers mantém
negócios com os principais
bancos do mundo e sua provável liquidação deverá causar
prejuízos a todas essas instituições. O banco perdeu mais de
77% de seu valor de mercado
apenas na semana passada.
Apenas entre o início de março
e o final de agosto deste ano, a
instituição financeira perdeu
US$ 6,7 bilhões.
Entre os participantes das
reuniões ontem estavam o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Henry Paulson, os
presidentes-executivos do
Morgan Stanley, John Mack, e
do Citigroup, Vikram Pandit, e
o presidente da divisão regional
do Federal Reserve de Nova
York, Timothy Geithner.
O primeiro a desistir do Lehman foi o banco britânico Barclays, que defendia um financiamento do governo, como
aconteceu com o Bear Stearns,
em que o JPMorgan contou, no
final de março, com linha de
crédito especial do banco central dos Estados Unidos.
Paulson exigia que a solução
para o Lehman não implicasse
na intervenção financeira do
governo, que na semana passada teve que praticamente encampar a Fannie Mae e a Freddie Mac, empresas intermediadoras de títulos hipotecários.
Com a falta de acordo, alguns
analistas previam mais um dia
sangrento dos mercados globais. "O melhor dos cenários é
que o Fed ofereça uma suspensão de 48 horas, dando suporte
direto de liquidez ao Lehman,
para ganhar tempo até que apareçam outras propostas. O pior
caso é a falência", disse Sean
Egan, presidente da Egan-Jones Ratings, empresa de rating.
Com agências internacionais
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