Voltado para a pessoa física, evento terá 180 palestras sobre aplicações financeiras e deve reunir 20 mil pessoas em SP

Vale, Petrobras e outras empresas com ações na Bolsa farão apresentações sobre investimento e perspectivas do mercado

TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os prejuízos na Bolsa e a dificuldade em aplicar e proteger as economias em meio às turbulências no mercado serão os principais temas deste ano da Expo Money, a tradicional feira de investimentos pessoais que acontece de quarta-feira a sexta-feira, no Transamérica Expo Center, em São Paulo.
Voltado ao investidor pessoa física, o evento terá 180 palestras e workshops -classificados em níveis básico, intermediário e avançado- sobre assuntos que vão de caderneta de poupança, seguros até operações financeiras sofisticadas com a utilização de derivativos para proteger o patrimônio pessoal durante a crise na Bolsa. A expectativa é que a feira reunirá mais de 20 mil pessoas -no ano passado, o evento teve 19 mil participantes.
Pela primeira vez em seis anos, o evento acontece em meio ao pessimismo dos pequenos investidores, sendo que vários deles enfrentam o seu primeiro prejuízo significativo na Bolsa de Valores.
Segundo Raymundo Magliano Neto, diretor do Expo Money, a crise nos mercados não diminuiu o interesse do brasileiro em aprender sobre investimentos pessoais. "Apesar de a Bolsa ter caído, o número de investidores vem crescendo. O investidor individual está pensando no longo prazo. Queremos que as pessoas estejam preparadas para ingressar no mercado e não se assustem com uma possível volatilidade da Bolsa. Pelo contrário, [a idéia é] que aproveitem esses momentos para aumentar a carteira, pois, no longo prazo, o mercado de renda variável é o melhor investimento", disse.
Para o diretor do evento, um dos desafios dos investidores é diversificar as aplicações. "Importante é destinar a esse mercado de 20 a 30% do seu patrimônio. Assim, quando houver uma oscilação grande, não afetará tanto. Sugerimos que as pessoas mantenham seu investimento e continuem a aplicar regularmente por pelo menos mais quatro anos", disse.
Neste ano, os participantes terão um espaço para conhecerem as empresas que têm ações na Bolsa de Valores. A Vale e a Petrobras, duas das companhias mais populares entre os pequenos investidores, prepararam uma apresentação especial para o evento. Na exposição da Petrobras, Paulo Campos, gerente de Relações com Investidores, deverá tirar dúvidas sobre a situação da empresa em meio às discussões sobre a exploração de petróleo na camada do pré-sal. "Vamos dizer que, qualquer que seja a decisão, a Petrobras será a empresa com melhores condições para se beneficiar da exploração do pré-sal", disse.
Já a Vale deverá detalhar a diversificação de seus produtos e o plano de investimento previsto para os próximos anos. "O investidor pessoa física é um acionista de qualidade porque é um investidor de longo prazo e que acredita na empresa. Nós valorizamos e dedicamos especial atenção para esse tipo de investidor", disse Roberto Castello Branco, diretor de Relações com Investidores. Além da feira, acontece paralelamente o congresso mundial da WFIC (Federação Mundial de Investidores Corporativos, na sigla em inglês). O congresso terá a participação de entidades voltadas à educação financeira e também de especialistas de 18 países.