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Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@grupofolha.com.br
"Não é justo ser o pulmão do mundo e não receber nada"
"O Brasil tem que ser muito
mais agressivo [nas discussões
para o acordo climático]", diz
Rubens Ometto, presidente da
Cosan, a maior processadora
mundial de cana-de-açúcar.
"Não é só cobrar dos outros
países. Tem que ameaçar, ser
mais duro nas negociações, para conseguir vantagens, recursos", diz o empresário, sobre a
posição que o Brasil deve adotar na Convenção do Clima das
Nações Unidas, em Copenhague, em dezembro.
"O governo está sendo muito
bonzinho e ser bonzinho é fácil, mas improdutivo."
Ometto alega que os países
desenvolvidos devastaram suas
florestas, criam barreiras para
produtos brasileiros como o
açúcar, e ainda cobram do Brasil, mesmo que com razão, uma
solução para o problema da devastação da floresta.
"Não dá para os brasileiros
agora pagarem toda a conta sozinhos. Veja o exemplo do norte-coreano [o líder Kim Jong-il], ele ameaça para valorizar a
posição dele."
Se o Brasil não tem bomba,
tem com que barganhar, segundo o controlador da Cosan.
"A floresta é a nossa bomba.
Temos que criar momentos firmes de troca, senão vamos vendê-la barato", afirma.
Ometto lembra que os Estados Unidos e a Europa protegem-se bem ao não permitir
que produtos brasileiros, entre
eles o etanol, sejam vendidos
sem a cobrança de muita taxa, a
ponto de torná-los proibitivos.
"Temos que valorizar nossa
floresta também. Não é justo
ser o pulmão do mundo sem receber nada. E pior, ainda querer que agricultores e o povo
brasileiro paguem a conta", diz.
"É preciso ser mais duro: é a
única linguagem que esse pessoal [o mundo desenvolvido]
entende, mas com elegância."
Países ricos, segundo o empresário, pressionam para depreciar produtos brasileiros.
Em relação ao etanol, diz que o
mundo desenvolvido inventa
regras infundadas e argumenta, erroneamente, que a cana
entra em área de alimento.
"Temos muita terra para ser
plantada, não precisamos devastar florestas. Não há concorrência para nós."
CLAVE DE SOL
O mercado de instrumentos musicais já calcula o aquecimento estimulado pela lei n.º 11.769
-sancionada em agosto de 2008-, que obriga
escolas do país a oferecerem aulas de música. A
previsão era que as instituições se adequassem
em três anos. Synésio da Costa, presidente da
Abemúsica (associação do setor), já estima aumento de 10% ao ano na venda de instrumentos
com a entrada da disciplina no currículo escolar.
O mercado, que em 2008 movimentou R$ 505
milhões, deve passar para R$ 555 milhões neste
ano e alcançar R$ 700 milhões em 2011.
NA FILA
Desde o lançamento do programa habitacional
Minha Casa, Minha Vida, até o último dia 4, a
Caixa Econômica Federal recebeu 1.642 propostas de empreendimentos para serem analisadas
para a construção de 313.922 unidades, correspondentes a um montante de R$ 20,58 bilhões.
Foram contratados 258 empreendimentos para a
construção de 45.519 unidades, num total de R$
2,8 bilhões. A meta prometida pelo presidente Lula é de 1 milhão de imóveis. Na faixa salarial de
famílias que ganham até R$ 1.395 (três salários
mínimos), principal dificuldade do governo, foram contratadas 19.592 unidades.
GÁS NA TARIFA
A Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia de São Paulo) solicitou
mais 30 dias para responder
ao pedido dos grandes consumidores de gás para a
agência refazer os cálculos
da revisão tarifária da Comgás. O prazo para a agência
se manifestar vencia hoje.
Em maio, a tarifa de gás para
a indústria caiu 18%, mas os
consumidores pedem cortes
maiores.
GÁS NA TARIFA 2
A estimativa de Lucien
Belmonte, da Abividro, uma
das entidades autoras do recurso, é que a Comgás recebeu R$ 1 bilhão a mais nos
últimos cinco anos pelo fornecimento de gás por erro
no cálculo da revisão tarifária. A Arsesp contratou a
consultoria Insights Economics para avaliar a questão e
diz que precisa de mais tempo para concluir os estudos.
TELHADO BAIXO
O HSBC vai reduzir as taxas de juros para crédito
imobiliário para contratos
fechados no 4º Salão Imobiliário de SP. A taxa mínima e
a máxima caem um ponto
percentual, para 9% e 11% ao
ano. O evento acontece entre os dias 24 e 27.
HOMENS BLINDADOS
No primeiro semestre, foram blindados 3.147 veículos no país, segundo levantamento da Associação Brasileira de Blindagem. Os homens são o maior público
consumidor (75%).
NOS TRILHOS
O governo do Iraque vai
construir 40 quilômetros de
metrô e 40 estações ao custo
de US$ 3 bilhões. O país está
em busca de oito parceiros
internacionais. O projeto será anunciado pela Câmara
Brasil Iraque neste mês.
com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI
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