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Bolsa de SP já subiu 100% desde o seu piso na crise
Alta de ontem foi de 0,86%;
dólar recua para R$ 1,814
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bovespa pode ainda estar
distante de seu pico histórico,
que foram os 73.516 pontos alcançados em maio de 2008.
Mas, aos poucos, tem recuperado terreno. O pregão de ontem
terminou com ganhos de
0,86%, com a Bolsa a 58.867
pontos -mais elevado nível
desde julho do ano passado.
Com a alta de ontem, a Bolsa
de Valores de São Paulo passou
a acumular valorização de
100% em relação ao pior momento que enfrentou durante a
crise -que foi quando desceu a
29.435 pontos, no pregão do dia
27 de outubro de 2008.
A pontuação da Bolsa reflete
a oscilação do preço das ações.
O fato de a pontuação atual ser
superior à registrada há um ano
significa que as ações passaram
por apreciação nesse período.
Neste ano, o índice Ibovespa
(das 64 ações mais negociadas)
acumula ganhos de 56,77%.
Como a economia mundial
está ainda apenas no início de
um longo processo de recuperação, analistas têm questionado se as Bolsas de Valores já não
subiram o bastante, considerando-se as informações econômicas disponíveis até o momento. O temor é de que os investidores tenham exagerado
nas compras, no anseio de querer antecipar-se à esperada melhora da economia.
Na avaliação de Silvio Campos Neto, economista do banco
Schahin, "os ganhos recentes e
os patamares esticados dos
preços dos ativos dão margem
para ajustes pontuais". Para os
próximos dias, o economista
prevê oscilações para o mercado e afirma que "a agenda econômica é carregada nos EUA,
com possibilidade dos dados
seguirem mostrando recuperação da atividade, o que limitaria
a correção dos preços".
Dentre os dados importantes
a serem conhecidos na semana
estão os índices de inflação ao
produtor e ao consumidor norte-americanos. Se os índices
americanos apresentarem deflação, os mercados devem reagir de forma negativa. Isso porquê a deflação mostraria que o
ritmo da maior economia do
mundo segue muito lento.
A tensão comercial surgida
entre EUA e China no fim de
semana chegou a incomodar os
mercados ontem e serviu de
justificativa para vendas mais
fortes de ações na abertura dos
pregões. O governo chinês
anunciou que investiga a possibilidade de dumping (exportação por preço inferior ao custo)
por parte dos EUA em produtos
como carros e frangos.
Depois de operar no vermelho por um bom tempo, o Dow
Jones, um dos principais índices da Bolsa de Nova York, conseguiu se recuperar e encerrou
o dia com leve alta de 0,22%.
Na Bolsa de Londres, os ganhos também foram modestos,
ficando em 0,15%.
Real mais forte
O real atravessou mais um
dia de apreciação diante do dólar. Vendida a R$ 1,814 no fim
das operações, a moeda norte-americana terminou com queda de 0,71%. No mês, já recuou
4%. O enfraquecimento do dólar diante da divisa brasileira
fez com que os bancos revissem
suas projeções para a cotação
da moeda no fim de 2009.
A pesquisa semanal Focus,
apresentada ontem pelo BC,
mostrou que os bancos passaram a prever que o dólar estará
em R$ 1,81 no fim de dezembro.
Na semana passada, o levantamento mostrava que a expectativa era de dólar a R$ 1,85.
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