São Paulo, terça-feira, 15 de setembro de 2009

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Bolsa de SP já subiu 100% desde o seu piso na crise

Alta de ontem foi de 0,86%; dólar recua para R$ 1,814

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Bovespa pode ainda estar distante de seu pico histórico, que foram os 73.516 pontos alcançados em maio de 2008. Mas, aos poucos, tem recuperado terreno. O pregão de ontem terminou com ganhos de 0,86%, com a Bolsa a 58.867 pontos -mais elevado nível desde julho do ano passado.
Com a alta de ontem, a Bolsa de Valores de São Paulo passou a acumular valorização de 100% em relação ao pior momento que enfrentou durante a crise -que foi quando desceu a 29.435 pontos, no pregão do dia 27 de outubro de 2008.
A pontuação da Bolsa reflete a oscilação do preço das ações. O fato de a pontuação atual ser superior à registrada há um ano significa que as ações passaram por apreciação nesse período.
Neste ano, o índice Ibovespa (das 64 ações mais negociadas) acumula ganhos de 56,77%.
Como a economia mundial está ainda apenas no início de um longo processo de recuperação, analistas têm questionado se as Bolsas de Valores já não subiram o bastante, considerando-se as informações econômicas disponíveis até o momento. O temor é de que os investidores tenham exagerado nas compras, no anseio de querer antecipar-se à esperada melhora da economia.
Na avaliação de Silvio Campos Neto, economista do banco Schahin, "os ganhos recentes e os patamares esticados dos preços dos ativos dão margem para ajustes pontuais". Para os próximos dias, o economista prevê oscilações para o mercado e afirma que "a agenda econômica é carregada nos EUA, com possibilidade dos dados seguirem mostrando recuperação da atividade, o que limitaria a correção dos preços".
Dentre os dados importantes a serem conhecidos na semana estão os índices de inflação ao produtor e ao consumidor norte-americanos. Se os índices americanos apresentarem deflação, os mercados devem reagir de forma negativa. Isso porquê a deflação mostraria que o ritmo da maior economia do mundo segue muito lento.
A tensão comercial surgida entre EUA e China no fim de semana chegou a incomodar os mercados ontem e serviu de justificativa para vendas mais fortes de ações na abertura dos pregões. O governo chinês anunciou que investiga a possibilidade de dumping (exportação por preço inferior ao custo) por parte dos EUA em produtos como carros e frangos.
Depois de operar no vermelho por um bom tempo, o Dow Jones, um dos principais índices da Bolsa de Nova York, conseguiu se recuperar e encerrou o dia com leve alta de 0,22%.
Na Bolsa de Londres, os ganhos também foram modestos, ficando em 0,15%.

Real mais forte
O real atravessou mais um dia de apreciação diante do dólar. Vendida a R$ 1,814 no fim das operações, a moeda norte-americana terminou com queda de 0,71%. No mês, já recuou 4%. O enfraquecimento do dólar diante da divisa brasileira fez com que os bancos revissem suas projeções para a cotação da moeda no fim de 2009.
A pesquisa semanal Focus, apresentada ontem pelo BC, mostrou que os bancos passaram a prever que o dólar estará em R$ 1,81 no fim de dezembro. Na semana passada, o levantamento mostrava que a expectativa era de dólar a R$ 1,85.


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