São Paulo, domingo, 15 de outubro de 2006

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Para 75%, renda não atende as suas necessidades

DE BUENOS AIRES

Apesar de os índices oficiais indicarem a redução da pobreza na Argentina, a percepção das pessoas sobre seus rendimentos é outra. Quase metade dos chefes de família que não são pobres pelo critério oficial dizem sentir-se "pobres" porque sua renda é insuficiente para alcançar o nível de vida que já tiveram no passado ou porque falta dinheiro para cobrir as necessidades de sua família.
Pesquisa do Cerx (Centro de Economia Regional e Experimental) realizada em julho deste ano com 650 chefes de família da Grande Buenos Aires revela que 75% deles dizem que a renda mensal familiar não atende as suas necessidades. O número daqueles que se sentem pobres é menor: 48%.
Dados do governo argentino indicam que 27% dos lares da Grande Buenos Aires vivem abaixo da linha da pobreza. Isso significa que 62% da população é pobre ou se sente pobre.
Estudo da mesma entidade mostra que, embora 84% dos chefes de família avaliem seu nível de bem-estar econômico como "regular", "ruim" ou "muito ruim", 73,5% das pessoas dizem ser "felizes" ou "muito felizes". Ao responder o que os fariam mais felizes, 81,5% apontaram melhorias relacionadas a renda e emprego.

Mínimo
O salário mínimo na Argentina é de 630 pesos (o equivalente a R$ 436,50). Vale dizer, porém, que 45% dos postos de trabalho estão na chamada economia informal, que não necessariamente respeita esse valor.
Segundo os dados do governo, o custo mensal da cesta básica de bens e serviços em setembro foi maior do que o mínimo: 861 pesos (R$ 596,60). O Cerx mostrou um valor ainda maior 1.732 pesos (R$ 1.200).
"As famílias estão dizendo que precisam de mais dinheiro para viver do que o governo determina que elas necessitam", diz Victoria Giarrizzo, diretora do Cerx. (BL)


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