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Para 75%, renda não atende as suas necessidades
DE BUENOS AIRES
Apesar de os índices oficiais
indicarem a redução da pobreza na Argentina, a percepção
das pessoas sobre seus rendimentos é outra. Quase metade
dos chefes de família que não
são pobres pelo critério oficial
dizem sentir-se "pobres" porque sua renda é insuficiente para alcançar o nível de vida que
já tiveram no passado ou porque falta dinheiro para cobrir
as necessidades de sua família.
Pesquisa do Cerx (Centro de
Economia Regional e Experimental) realizada em julho deste ano com 650 chefes de família da Grande Buenos Aires revela que 75% deles dizem que a
renda mensal familiar não
atende as suas necessidades. O
número daqueles que se sentem pobres é menor: 48%.
Dados do governo argentino
indicam que 27% dos lares da
Grande Buenos Aires vivem
abaixo da linha da pobreza. Isso
significa que 62% da população
é pobre ou se sente pobre.
Estudo da mesma entidade
mostra que, embora 84% dos
chefes de família avaliem seu
nível de bem-estar econômico
como "regular", "ruim" ou
"muito ruim", 73,5% das pessoas dizem ser "felizes" ou
"muito felizes". Ao responder o
que os fariam mais felizes,
81,5% apontaram melhorias relacionadas a renda e emprego.
Mínimo
O salário mínimo na Argentina é de 630 pesos (o equivalente a R$ 436,50). Vale dizer, porém, que 45% dos postos de trabalho estão na chamada economia informal, que não necessariamente respeita esse valor.
Segundo os dados do governo, o custo mensal da cesta básica de bens e serviços em setembro foi maior do que o mínimo: 861 pesos (R$ 596,60). O
Cerx mostrou um valor ainda
maior 1.732 pesos (R$ 1.200).
"As famílias estão dizendo
que precisam de mais dinheiro
para viver do que o governo determina que elas necessitam",
diz Victoria Giarrizzo, diretora
do Cerx.
(BL)
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