São Paulo, segunda-feira, 15 de outubro de 2007

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Copom define destino da taxa de juros na quarta

IPCA baixo reforça aposta em corte de 0,25 ponto na Selic

DA REPORTAGEM LOCAL

O encontro do Copom (Comitê de Política Monetária) será o evento mais esperado pelos investidores brasileiros nesta semana. Em sua penúltima reunião de 2007, o Copom definirá como fica a taxa básica Selic, que está em 11,25% ao ano.
A divulgação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de setembro na semana passada, que ficou em 0,18%, fortaleceu a ala dos investidores que contam com a redução de 0,25 ponto percentual na taxa Selic. Se isso ocorrer, pode representar o último corte do ano. O Copom anunciará a nova Selic na quarta-feira.
O mercado projeta, segundo a última pesquisa do BC feita com cem instituições financeiras, que a Selic feche 2007 em 11% ao ano. O Copom -que é formado por diretores e o presidente do BC- se reunirá ainda nos dias 4 e 5 de dezembro.
Para o mercado acionário, um cenário de juros menores é mais favorável, pois estimula os investidores a migrar para a Bolsa em busca da rentabilidade perdida na renda fixa.
O departamento de economia do Santander está entre os que esperam que a taxa básica seja reduzida em 0,25 ponto percentual nesta semana. "Mas é importante ressaltar que o BC tende a sinalizar que está próximo de interromper o ciclo de redução da Selic, o que acreditamos que irá ocorrer a partir de dezembro. Avaliamos que o ritmo de crescimento da demanda é forte e representa risco para a dinâmica da inflação no médio prazo", diz o banco.
A taxa Selic serve de referência para os juros praticados no mercado. Quando a Selic cai, a tendência é que os custos do crédito recuem e as taxas pagas por aplicações financeiras, como CDBs (Certificados de Depósito Bancário) e fundos de renda fixa, encolham.
Para Istvan Kasznar, conselheiro econômico da Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento), os juros devem ser mantidos pelo Copom em 11,25% ao ano.
"Sobretudo após a divulgação da última ata do Copom, que chamou a atenção para um repique da inflação, o que parece é que o BC percebeu que estabilizar a taxa em 11,25% pode ser um bom negócio momentâneo. Uma parada no mais longo ciclo histórico de baixa da taxa Selic representa um ajuste normal e esperado", diz.

Cenário externo
A agenda internacional também traz eventos importantes. A quarta-feira deve ser o dia mais tenso, com números bastante relevantes da economia norte-americana.
Nesse dia, haverá a divulgação do CPI (o índice de preços ao consumidor americano, na sigla em inglês) de setembro. Para que os mercados sigam confiantes na possibilidade de os juros dos EUA voltarem a cair, na reunião do BC americano que ocorrerá no fim deste mês, é necessário que os preços fiquem dentro do esperado na maior economia do mundo.
Haverá ainda a apresentação do livro bege na quarta-feira. O livro bege é uma compilação de dados da economia dos EUA, sendo um importante registro do ritmo de atividade no país.
Para completar as divulgações, vão ser conhecidos dados sobre o setor imobiliário americano, como os pedidos de licenças para construção e de solicitações de empréstimos hipotecários.
A crise de solvência do setor de crédito imobiliário americano, especialmente no segmento de alto risco de calote, abalou os mercados mundiais entre a última semana de julho e agosto, derrubando as Bolsas de Valores. Na semana passada, a Bolsa de Valores de São Paulo registrou alta de 0,22%.


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