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Copom define destino da taxa de juros na quarta
IPCA baixo reforça aposta em
corte de 0,25 ponto na Selic
DA REPORTAGEM LOCAL
O encontro do Copom (Comitê de Política Monetária) será o evento mais esperado pelos
investidores brasileiros nesta
semana. Em sua penúltima
reunião de 2007, o Copom definirá como fica a taxa básica Selic, que está em 11,25% ao ano.
A divulgação do IPCA (Índice
de Preços ao Consumidor Amplo) de setembro na semana
passada, que ficou em 0,18%,
fortaleceu a ala dos investidores que contam com a redução
de 0,25 ponto percentual na taxa Selic. Se isso ocorrer, pode
representar o último corte do
ano. O Copom anunciará a nova
Selic na quarta-feira.
O mercado projeta, segundo
a última pesquisa do BC feita
com cem instituições financeiras, que a Selic feche 2007 em
11% ao ano. O Copom -que é
formado por diretores e o presidente do BC- se reunirá ainda nos dias 4 e 5 de dezembro.
Para o mercado acionário,
um cenário de juros menores é
mais favorável, pois estimula os
investidores a migrar para a
Bolsa em busca da rentabilidade perdida na renda fixa.
O departamento de economia do Santander está entre os
que esperam que a taxa básica
seja reduzida em 0,25 ponto
percentual nesta semana. "Mas
é importante ressaltar que o BC
tende a sinalizar que está próximo de interromper o ciclo de
redução da Selic, o que acreditamos que irá ocorrer a partir
de dezembro. Avaliamos que o
ritmo de crescimento da demanda é forte e representa risco para a dinâmica da inflação
no médio prazo", diz o banco.
A taxa Selic serve de referência para os juros praticados no
mercado. Quando a Selic cai, a
tendência é que os custos do
crédito recuem e as taxas pagas
por aplicações financeiras, como CDBs (Certificados de Depósito Bancário) e fundos de
renda fixa, encolham.
Para Istvan Kasznar, conselheiro econômico da Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento), os juros devem ser mantidos pelo Copom
em 11,25% ao ano.
"Sobretudo após a divulgação
da última ata do Copom, que
chamou a atenção para um repique da inflação, o que parece
é que o BC percebeu que estabilizar a taxa em 11,25% pode ser
um bom negócio momentâneo.
Uma parada no mais longo ciclo histórico de baixa da taxa
Selic representa um ajuste normal e esperado", diz.
Cenário externo
A agenda internacional também traz eventos importantes.
A quarta-feira deve ser o dia
mais tenso, com números bastante relevantes da economia
norte-americana.
Nesse dia, haverá a divulgação do CPI (o índice de preços
ao consumidor americano, na
sigla em inglês) de setembro.
Para que os mercados sigam
confiantes na possibilidade de
os juros dos EUA voltarem a
cair, na reunião do BC americano que ocorrerá no fim deste
mês, é necessário que os preços
fiquem dentro do esperado na
maior economia do mundo.
Haverá ainda a apresentação
do livro bege na quarta-feira. O
livro bege é uma compilação de
dados da economia dos EUA,
sendo um importante registro
do ritmo de atividade no país.
Para completar as divulgações, vão ser conhecidos dados
sobre o setor imobiliário americano, como os pedidos de licenças para construção e de solicitações de empréstimos hipotecários.
A crise de solvência do setor
de crédito imobiliário americano, especialmente no segmento
de alto risco de calote, abalou os
mercados mundiais entre a última semana de julho e agosto,
derrubando as Bolsas de Valores. Na semana passada, a Bolsa
de Valores de São Paulo registrou alta de 0,22%.
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