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EM TRANSE
Pressionado por dívida cambial, moeda dos EUA vai a R$ 3,68 ; risco-país cai 4,2%, para 1.759 pontos
Dólar sobe e anula calma pós-eleitoral
GEORGIA CARAPETKOV
DA REPORTAGEM LOCAL
O dólar fechou o dia em alta, cotado a R$ 3,68. Com a valorização
de ontem, acaba o efeito positivo
acumulado pelas quedas sucessivas após o período eleitoral e a
moeda passa a acumular uma alta
de 1,38% no mês.
O câmbio passou o dia descolada dos outros mercados, onde o
C-Bond (principal título da dívida
brasileira) fechou com valorização de 2%, fazendo o risco-país
cair 4,2% para 1.759 pontos.
Uma das causas de pressão no
câmbio foram os movimentos do
mercado em decorrência da parcela da dívida cambial do governo
que vence no próximo dia 20.
Durante a tarde, o Banco Central (BC) promoveu um leilão de
contratos de "swap" cambial e
vendeu U$ 1,06 bilhão de dólares
em títulos. Com essa operação, o
BC efetuou a rolagem de 44,1% da
dívida da próxima semana.
Após a leilão, que foi bem recebida pelo mercado, a pressão na
cotação ficou menor e a moeda,
que chegou a ser vendida na máxima do dia a R$ 3,724, diminuiu
o ritmo de alta.
Segundo analistas, a notícia de
que a Argentina não irá pagar sua
dívida com o Banco Mundial teve
pouca impacto no mercado de
câmbio, pelo menos ontem.
Entretanto, João Medeiros, da
corretora Pioneer afirma que o fato traz mais instabilidade para o
mercado. Segundo ele, com isso
os investidores tendem a querer
diminuir sua exposição aos mercados latino-americanos, o que
traz maior falta de liquidez nas
transações cambiais e assim menor espaço para o dólar cair.
Devido a concentração de novos vencimentos dos títulos do
governo atrelados ao dólar nas
próximas semanas, os analistas
acham remota a possibilidade da
moeda norte-americana ceder no
curto prazo.
"Com tudo que está acontecendo acho difícil o dólar cair. A menos que aconteça algo realmente
interessante", diz Medeiros.
Segundo ele, é mais provável
uma nova alta da taxa Selic (taxa
básica de juros) na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) da próxima semana, devido
ao aumento da inflação.
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