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Governo defende fusões contra duopólio na aviação
Jobim afirma que é preciso 4 ou 5 grandes empresas nacionais competindo
Ministro ressalta que não haverá intervenção do governo para modificar estrutura atual, com TAM e Gol dominando o mercado
LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Nelson Jobim
(Defesa) defendeu a fusão das
pequenas empresas aéreas como forma de quebrar o duopólio de TAM e Gol na aviação.
Para ele, o ideal é ter quatro ou
cinco grandes empresas nacionais competindo no mercado.
Ressaltou, porém, que não
haverá "intervenção" ou "favorecimento" para modificar a estrutura atual do mercado, que
assiste à ameaça de falência da
BRA e o anúncio, anteontem,
de fusão das regionais Trip e
Total. "Precisamos chegar a
quatro ou cinco empresas nacionais fortes, esse é o caminho,
e só se dá por fusões", disse.
Jobim não explicou como
chegou ao número de quatro ou
cinco grandes empresas como
ideal de competitividade.
Procurado, o Sindicato Nacional das Empresas Aéreas
afirmou que é salutar incentivar a competitividade do mercado e beneficiar o usuário.
"Quando há fusão de empresas, isso dá mais envergadura.
Temos duas grandes empresas
com envergadura e temos pequenas empresas. A fusão das
empresas neste momento é importante para dar envergadura
às empresas", disse Jobim.
A fusão da Trip e da Total Linhas Aéreas, que motivou o comentário, ainda depende de
aprovação da Anac (Agência
Nacional de Aviação Civil). A
curto prazo, o objetivo é crescer
no setor da aviação regional,
sem ainda competir diretamente com TAM e Gol.
Críticos de Jobim temem
que as metas da política de
aviação de longo prazo sejam
realizadas com atropelo ou afetando a independência da
Anac, cuja nova diretoria será
toda indicada pelo ministro
após a renúncia, sob pressão, de
cinco diretores.
Segundo dados mais recentes da Anac, TAM e Gol têm
48,83% e 39,16% do mercado
nacional, respectivamente. Isso soma quase 88% do total de
passageiros transportados em
trechos domésticos.
Jobim defende a "quebra do
duopólio" há meses. Ontem ele
avaliou que o ano de crise aérea
foi ruim para os passageiros,
mas não prejudicou muito as
empresas.
As concorrentes de Gol e
TAM têm as seguintes fatias:
BRA (3,42%), OceanAir
(2,18%), Varig (3,55%). Já Total
e Trip, juntas, somariam quase
1% de participação no mercado
de aviação nacional. No total,
são 20 empresas de transporte
aéreo regular.
BRA
Sobre a situação da BRA, Jobim disse: "Não me preocupa".
Segundo ele, a OceanAir terá
como "compor" a possível quebra e ocupar o espaço deixado.
A OceanAir tem projeto de fazer frente ao duopólio, mas se
queixa de dificuldades para obter autorização de linhas e espaços nos aeroportos (slots).
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