São Paulo, quinta-feira, 15 de novembro de 2007

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Governo defende fusões contra duopólio na aviação

Jobim afirma que é preciso 4 ou 5 grandes empresas nacionais competindo

Ministro ressalta que não haverá intervenção do governo para modificar estrutura atual, com TAM e Gol dominando o mercado

LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Nelson Jobim (Defesa) defendeu a fusão das pequenas empresas aéreas como forma de quebrar o duopólio de TAM e Gol na aviação. Para ele, o ideal é ter quatro ou cinco grandes empresas nacionais competindo no mercado.
Ressaltou, porém, que não haverá "intervenção" ou "favorecimento" para modificar a estrutura atual do mercado, que assiste à ameaça de falência da BRA e o anúncio, anteontem, de fusão das regionais Trip e Total. "Precisamos chegar a quatro ou cinco empresas nacionais fortes, esse é o caminho, e só se dá por fusões", disse.
Jobim não explicou como chegou ao número de quatro ou cinco grandes empresas como ideal de competitividade.
Procurado, o Sindicato Nacional das Empresas Aéreas afirmou que é salutar incentivar a competitividade do mercado e beneficiar o usuário.
"Quando há fusão de empresas, isso dá mais envergadura. Temos duas grandes empresas com envergadura e temos pequenas empresas. A fusão das empresas neste momento é importante para dar envergadura às empresas", disse Jobim.
A fusão da Trip e da Total Linhas Aéreas, que motivou o comentário, ainda depende de aprovação da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). A curto prazo, o objetivo é crescer no setor da aviação regional, sem ainda competir diretamente com TAM e Gol.
Críticos de Jobim temem que as metas da política de aviação de longo prazo sejam realizadas com atropelo ou afetando a independência da Anac, cuja nova diretoria será toda indicada pelo ministro após a renúncia, sob pressão, de cinco diretores.
Segundo dados mais recentes da Anac, TAM e Gol têm 48,83% e 39,16% do mercado nacional, respectivamente. Isso soma quase 88% do total de passageiros transportados em trechos domésticos.
Jobim defende a "quebra do duopólio" há meses. Ontem ele avaliou que o ano de crise aérea foi ruim para os passageiros, mas não prejudicou muito as empresas.
As concorrentes de Gol e TAM têm as seguintes fatias: BRA (3,42%), OceanAir (2,18%), Varig (3,55%). Já Total e Trip, juntas, somariam quase 1% de participação no mercado de aviação nacional. No total, são 20 empresas de transporte aéreo regular.

BRA
Sobre a situação da BRA, Jobim disse: "Não me preocupa". Segundo ele, a OceanAir terá como "compor" a possível quebra e ocupar o espaço deixado. A OceanAir tem projeto de fazer frente ao duopólio, mas se queixa de dificuldades para obter autorização de linhas e espaços nos aeroportos (slots).


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