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Operações financeiras "punem" CSN e MMX
Siderúrgica tem queda de 94,3% no lucro do 3º trimestre; mineradora de Eike Batista registra prejuízo de R$ 343 mi
CSN aponta perda de R$ 1,3 bi com operações ligadas ao desempenho de seus papéis no exterior; MMX culpa "hedge" (proteção) e câmbio
DA SUCURSAL DO RIO
Operações no mercado financeiro afetaram negativamente os balanços da mineradora MMX e da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional).
A mineradora do empresário
Eike Batista registrou prejuízo
de R$ 343 milhões no terceiro
trimestre, influenciada por
operações de "hedge" (proteção) e pela desvalorização cambial. Já a CSN divulgou lucro de
R$ 39,6 milhões, montante que
representa queda de 94,3% em
relação ao resultado do terceiro
trimestre do ano passado, de
R$ 699,175 milhões.
A siderúrgica atribuiu a redução dos ganhos a uma perda de
R$ 1,3 bilhão com um derivativo ligado ao desempenho das
ações. No balanço, a CSN menciona uma queda de US$ 23 na
cotação das ações dos ADRs
(recibos de ações de empresas
estrangeiras negociadas nos
EUA), que impactou uma operação financeira denominada
Total Return Equity Swap, praticada desde 2003. A operação
troca a rentabilidade de seus
ADRs contra uma determinada
taxa de juros. A companhia diz
ter ganho, até o final do primeiro semestre, R$ 3,1 bilhões com
esse tipo de operação.
Nos primeiros nove meses do
ano, a CSN acumula lucro de R$
1,8 bilhão. A receita líquida
cresceu 35,7% em relação a
igual trimestre do ano passado
e somou R$ 4,029 bilhões de julho a setembro deste ano.
O prejuízo da MMX está relacionado ao resultado financeiro. Ela menciona despesas como o pagamento em reais do
equivalente a US$ 15 milhões
destinados ao cumprimento da
cláusula rescisória do contrato
de assessoria financeira referente à venda de ativos da
MMX Minas-Rio e da MMX
Amapá para a Anglo American.
Além disso, teve despesas de
R$ 165 milhões de "hedge"
(proteção) de moeda.
A mineradora afirma que
tem uma política de eliminação
dos riscos financeiros usada
para minimizar os efeitos da
variação cambial sobre seus investimentos e custos. As receitas da empresa são, em grande
parte, atreladas ao dólar, já que
os preços do minério de ferro e
do ferro gusa são cotados no
mercado internacional.
Com base numa previsão de
investimentos e custos de US$
1,5 bilhão para o período do segundo semestre de 2008 até
2011, a empresa contratou proteções equivalentes a US$ 650
milhões para o período 2008/
2009. Esses contratos não têm
impacto imediato no caixa, mas
só na data de vencimento, com
períodos concentrados em fevereiro e agosto de 2009.
As duas empresas citam o cenário de incerteza, por conta da
retração na economia mundial.
Para a CSN, apesar dos resultados favoráveis registrados pela
indústria automobilística, há
perspectiva de arrefecimento
das vendas e da produção de
veículos no país. Na parte de linha branca (como geladeiras),
afirma que as restrições de crédito, a alta taxa de juros e as incertezas sobre o câmbio podem
afetar o consumo.
A MMX afirma que a atual
crise financeira está levando a
um desaquecimento da atividade econômica global "num ritmo nunca antes visto".
Segundo a MMX, a tendência
é que haja uma reorganização
dos participantes do mercado,
beneficiando os que apresentam maior produtividade. Para
se adaptar à demanda menor
por minério de ferro e ferro gusa, a empresa suspendeu as atividades da planta de Corumbá.
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