São Paulo, sábado, 15 de novembro de 2008

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Bolsa de SP fecha semana com perdas de 2,39%

Após forte alta anteontem, dólar cai 4,1%, para R$ 2,27

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A semana mostrou que o mercado financeiro ainda está longe de um período de maior estabilidade. A Bovespa alternou pregões de altas e baixas e encerrou a semana com perdas acumuladas de 2,39%. O pregão de ontem foi morno, e a Bolsa de Valores caiu 0,57%.
O dólar viveu dias de forte pressão na semana. Na quinta, fechou vendido a R$ 2,368, em sua segunda maior cotação do ano. Apesar do recuo de 4,14% ontem, o dólar terminou a semana com apreciação de 5,09%, vendido a R$ 2,27.
Notícias corporativas desfavoráveis no exterior foram destaque em uma semana de escassos dados econômicos relevantes. Em Wall Street, as baixas ontem se acentuaram no fim do pregão, e o índice Dow Jones terminou com desvalorização de 3,82%.
De dados econômicos, foi apresentada nos Estados Unidos a queda nas vendas no varejo, que se retraíram em 2,8% no mês passado, sendo esse o pior resultado desde 1992. O desempenho do varejo é um importante termômetro de como anda a economia.
"A semana se mostrou bastante volátil. O mercado financeiro tem oscilado de forma completamente aleatória, ora olhando fundamentos e indicadores, ora desconsiderando-os por completo. Acreditamos que a próxima semana não será diferente", afirma Rossano Oltramari, sócio-diretor da XP Investimentos.
"Adicionalmente, a próxima semana será cheia de indicadores importantes que podem realmente movimentar o mercado. Já no final de semana [hoje], a reunião do G20 pode trazer conseqüências", diz.
A Bovespa, que fechou ontem aos 35.789 pontos, está com perdas de 43,98% no ano. Em dólar, a depreciação anual da Bolsa é de 56,48%.
O resultado da semana na Bovespa foi de certo equilíbrio dentre os papéis de maior liquidez. Se forem consideradas as ações do índice Ibovespa, que é a principal referência da Bolsa local, houve 35 baixas e 31 altas.
Os melhores resultados ficaram com papéis de diferentes setores, que, de comum, carregam o fato de terem sua produção direcionada à economia interna. A ação ordinária da Souza Cruz apareceu no topo, com alta semanal de 18,34%. Em seguida vieram Cesp PNB (15,12%), TIM Participações PN (12,23%) e CCR Rodovias ON (10,55%).
A ação PN da Petrobras, apesar de ter tido na quarta-feira seu pior pregão em uma década, quando caiu 13,75%, não apareceu na lista dos dez papéis que mais perderam na semana. Com baixa de 1,61% ontem, Petrobras PN encerrou a semana com queda de 11,13%.
O papel ON da Gafisa foi o que mais caiu na semana, com perda de 20,33%, seguido por Lojas Renner ON (-20,05%) e Cyrela Realt ON (-19,56%).

Dólar forte
O forte recuo do dólar ontem foi muito mais um ajuste que uma mudança de rota, avaliaram operadores do mercado. Na quinta, o mercado de câmbio encerrou suas operações antes de as Bolsas se recuperarem, deixando, assim, de aproveitar a melhora do mercado internacional no fim do dia.
Com isso, a moeda norte-americana abriu as operações de ontem com forte baixa, chegando a ser cotada a R$ 2,259.
No ano, a apreciação do dólar diante do real se mantém bastante elevada -o ganho acumulado está em 27,74%.
Com a manutenção das apostas dos estrangeiros em dólar apreciado no mercado futuro, as intervenções do Banco Central não têm conseguido derrubar as cotações da moeda.


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