São Paulo, domingo, 15 de novembro de 2009

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Mercado Aberto

MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

Cantidiano critica CVM pela negociação no caso GVT

Luiz Leonardo Cantidiano, ex-presidente da CVM (Comissão de Valores Monetários), critica a autarquia por ter sido "pouco diligente" com relação ao que chamou de comportamento "irregular" da Vivendi na compra de 57,5% da GVT.
"A CVM deveria ter exigido informações da companhia francesa. O ato da Vivendi foi um jogo escondido, de maneira não transparente, enquanto a Telefônica estava com as cartas à mesa", afirma Cantidiano, que ficou na presidência da autarquia, entre 2002 e 2004.
O grupo francês de mídia Vivendi ampliou sua oferta de compra da empresa brasileira de telecomunicações GVT para R$ 56 por ação, o que já assegurou a aquisição de 57,5% do capital da empresa.
No mês de setembro, a Vivendi se dispôs a pagar R$ 42 por ação da GVT.
A Telefônica entrou na briga e fez uma oferta de R$ 48, que acabou sendo elevada pelo próprio grupo espanhol para R$ 50,50.
"A Vivendi não fez a oferta prevista em lei, com prejuízo dos acionistas da GVT que poderiam ter recebido oferta melhor pelas ações porque ninguém sabia até onde a Telefônica poderia ir [nas ofertas]", afirma Cantidiano.
A Vivendi teria assinado documento com controladores da GVT, dizendo que faria oferta pública, segundo Cantidiano.
A GVT é uma operadora de telefonia fixa e de banda larga criada em 2000 como empresa "espelho" na área de concessão da Brasil Telecom -adquirida pela Oi, em 2008. Hoje é a principal concorrente da Oi e compete com a Telefônica e a própria Oi no mercado corporativo em grandes cidades do país fora de sua área de concessão.

ATRÁS DE RECURSOS

A Caixa Econômica Federal estuda formas de captar mais recursos para melhorar e baratear o crédito comercial. Uma das possibilidades em análise é organizar "fundings" (captação a ser repassada) de longo prazo. Outra saída avaliada pela Caixa é buscar recursos no exterior, a exemplo do que fizeram Bradesco, Banco do Brasil e Banco Fibra. Os três bancos aproveitaram a forte demanda no exterior, principalmente nos mercados asiático e europeu, e emitiram dívida no mercado internacional.

ENFIM, A BIENAL
Heitor Martins, presidente da Bienal de São Paulo, já tinha captado R$ 13,25 milhões para a realização do evento no ano que vem. Mas, nada de sair a aprovação da Lei Rouanet para os dois projetos enviados há cerca de cinco meses ao Minc (Ministério da Cultura).
Se a resposta não viesse até dezembro, São Paulo não teria a Bienal de 2010.
Nesta semana, finalmente, o ministério aprovou os projetos apresentados e a exposição do ano que vem está garantida, segundo Martins.
Serão R$ 30 milhões destinados à realização da mostra, com gastos em atividades para crianças, publicações e divulgação.
Do dinheiro doado, R$ 7,5 milhões vieram do Itaú Unibanco (pela Rouanet) e R$ 700 mil, são de recursos livres também do banco (sem isenção tributária).
Martins acredita que não terá dificuldades em levantar os recursos que faltam.
"Vamos captar os R$ 30 milhões. As empresas não precisam gastar [o dinheiro com doação], basta deduzir do imposto", diz Martins, que também é sócio-diretor da empresa internacional de consultoria McKinsey.

A CAMINHO 1
Os projetos de monotrilho que estão previstos para serem realizados nos próximos anos em São Paulo já começaram a atrair a atenção de grandes fabricantes mundiais de trens. Algumas empresas, como as ferroviárias Hitachi e Bombardier já demonstraram interesse em participar das licitações para os monotrilhos do Governo do Estado.

A CAMINHO 2
A Secretaria dos Transportes Metropolitanos publicará nos próximos dias um aviso de licitação para a linha 17-Ouro do Metrô. Trata-se de um monotrilho que ligará o aeroporto de Congonhas à linha 1-Azul. O trecho, de 3,8 km, deve entrar em operação em 2011. A obra foi orçada em R$ 400 milhões. O Estado fará outros dois monotrilhos na capital: na extensão da Linha 2-Verde (até Cidade Tiradentes, na zona leste) e na Linha 16-Prata (ligando a Lapa à Cachoeirinha, na zona norte).

COBRE
Empresários da indústria do cobre, que faturou R$ 7,9 bilhões em 2008, estão preocupados com o aumento dos estoques da matéria-prima. Segundo a Associação Brasileira do Cobre e o Sindicel, em outubro, a soma das bolsas LME, Comex e Shangai iniciou com 491.398 toneladas de cobre e fechou com 528.795 toneladas, alta de quase 8% ante setembro. O índice é um alerta para a dificuldade do setor em retomar o crescimento, segundo Sérgio Aredes, presidente das entidades.

CARROCERIA
O BNDES quer facilitar a compra de caminhões novos e usados pelo programa BNDES Procaminhoneiro. Os juros anuais caíram de 13,5% para 4,5% e o prazo é de 96 meses. O programa, para financiar a aquisição de caminhões, chassis e carrocerias de caminhões novos e usados produzidos no Brasil, terá orçamento de R$ 1 bilhão. A média mensal, que era de R$ 13,7 milhões no mês de julho, subiu para R$ 182 milhões em setembro, o que representa uma alta de 1.227%.

CORRIDA 1
Os encontros de negócios promovidos pela Apex-Brasil durante as 17 provas da Fórmula Indy serão relatados a empresários brasileiros pelo presidente da entidade, Alessandro Teixeira, no próximo dia 19, na sede da Fiesp. A Apex montou um espaço VIP dentro dos autódromos para receber empresários americanos. Os eventos geraram um total de cerca de US$ 360 milhões em negócios para mais de 11 setores, como aeroespacial, moveleiro, petroquímico e outros.

CORRIDA 2
O evento contará com a presença de Greg Gruning, vice-presidente da Indy Racing League. A introdução do álcool brasileiro nos carros da Fórmula Indy também será um dos temas da pauta de discussões.

CORRIDA 3
Uma parceria entre a Indy e a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) para o fornecimento do combustível aos veículos de corrida foi firmada no início deste ano.

com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI


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