São Paulo, sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

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Lula sanciona nova lei da microempresa

Legislação, apoiada por empresários, entra em vigor em julho próximo e substituirá oito tributos pelo Supersimples

Governo e entidades do setor esperam que as mudanças aumentem a formalização das pequenas e microempresas do país


GUSTAVO PATU
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, uma espécie de reforma tributária para o setor, foi sancionada ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e entrará em vigor em 1º de julho. Sua maior inovação é a substituição de oito tributos -seis federais, um estadual e um municipal- por um único, batizado de Supersimples.
A medida, segundo o governo e seus defensores, reduzirá a informalidade. Em 2005, pelos dados do Sebrae, havia 10,3 milhões de empresas informais e 5,4 milhões de formais no país.
Lula aproveitou a sanção para defender sua agenda econômica: "O dado concreto é que criamos condições para gastar algum tempo para discutir o desenvolvimento".
Apoiada pela quase unanimidade dos empresários, a lei proposta em 2004 praticamente só enfrentou resistências dos fiscos federal, estaduais e municipais. Para minimizar perdas de arrecadação em 2007, o Senado adiou para o segundo semestre a vigência do Supersimples.
Com isso, a estimativa de perda para a Receita Federal foi reduzida pela metade, para R$ 2,7 bilhões. Não há uma estimativa consensual para Estados e municípios -vão de zero a R$ 9 bilhões. A longo prazo, acredita-se que a formalização de empresas cobrirá, com folga, os benefícios fiscais.
Embora tenha promovido uma megacerimônia para a sanção, com políticos, representantes das confederações patronais e uma claque de pequenos empresários e funcionários reunida com ajuda do Sebrae, o Palácio do Planalto não havia informado até a conclusão desta edição se havia vetos parciais à nova legislação.
Havia ao menos dois pontos polêmicos na lei: a criação de um novo programa de parcelamento de dívidas tributárias e a isenção da contribuição para o Sistema S, contestada por entidades como o Sesc e o Senac.


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