O Relatório Anual de Segurança da Cisco, a gigante americana dos equipamentos que conectam os computadores à internet, revela que praticamente dobrou o número de ataques cibernéticos usando endereços legítimos. Isso significa que os hackers estão se apropriando de endereços de empresas e pessoas físicas para disseminar vírus e programas que permitem, por exemplo, furtar dados de terceiros.
O estudo, que será divulgado mundialmente hoje, mostra que, nas empresas, boa parte da responsabilidade por ataques desse tipo são dos próprios funcionários. Por descuido ou má-fé, eles acabam abrindo portas da rede de computadores das empresas onde trabalham ao acessar sites indevidos.
Segundo Ghassan Dreibi, gerente de desenvolvimento de negócios de segurança para a América Latina, há páginas aparentemente inofensivas que instalam programas espiões automaticamente ao serem acessadas. Mesmo que o internauta saia delas sem clicar em nenhum item, já estará infectado. "Setenta por cento dos ataques são provocados internamente", diz. "Os prejuízos gerados por fraudes cometidas a partir dessas situações tornaram-se preocupação nas empresas no mundo e no Brasil."
Para Dreibi, um dos sinais dessa mudança é a venda do NAC (Network Admission Control). Esse produto estabelece regras de acesso a informações por níveis hierárquicos na companhia. Até 2007 ele não tinha tanta saída. "Esse ano as vendas subiram 50%." Segundo a Cisco, a partir de 2009 haverá monitoramento mais preciso sobre o comportamento dos funcionários nas empresas.
O levantamento mostra ainda que 90% dos 200 bilhões de e-mails trocados diariamente no mundo são "spams", uma das formas mais comuns de propagação de vírus. Cerca de 1% desse total se espalha pelas máquinas nas corporações porque se faz passar por e-mail de gente ou empresa confiável, cujo endereço eletrônico é autêntico, mas pertencente a terceiros, algo que a Cisco chama de seqüestro de reputação.

SEM BLINDAGEM

Quando a crise estourou, em setembro, a blindadora Security teve queda de 40% nos negócios. Segundo o dono, Armando Lebeis, os clientes que blindavam carros de valor muito alto sumiram. Ficou um perfil de cliente que blinda veículos de cerca de R$ 50 mil e usa o carro para transportar valores com segurança no trabalho. "Quem segurou as vendas nessa hora foi o meu cliente que é pequeno empresário, comerciante, e precisa do carro para levar o dinheiro que fatura e que não é suficiente para um carro forte." Para Lebeis, o recuo já deu uma arrefecida e devagar os clientes retornarão. "O movimento começou a retomar, mas não no ritmo de antes." Em dezembro, a expectativa é que o volume alcance 65% do que havia projetado antes da crise.

LEITURA
O CCJE (Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas) da UFRJ, que abriga o Instituto de Economia, vai comemorar seus 40 anos com o lançamento da revista "Versus", amanhã. Na edição há artigos de James K. Galbraith e Thomas I. Palley, com programa de emergência de combate à crise, Ignacio Perrotini, economista e editor da revista mexicana "Investigación Económica", sobre estragos da crise em seu país, e outros.

NATAL
João Doria Jr., presidente do Lide (Grupo de Líderes Empresariais), realiza hoje, em São Paulo, a sexta edição do evento beneficente Natal do Bem, que, neste ano, prevê arrecadar R$ 4 milhões para oito instituições, como Lar do Caminho e Aliança da Misericórdia. Em 2007, o Natal do Bem arrecadou R$ 3,4 milhões.

COMPASSO
A Santa Marcelina Cultura passará a fazer a gestão do Festival Internacional de Campos do Jordão, que será em julho de 2009. A instituição já está em fase de captação de parcerias e patrocinadores para a 40ª edição do evento. No lado artístico, o festival já confirmou parceria com o Conservatório de Paris.

NA REDE
Segundo o portal de comparação de preços Zura!, as pessoas estão pesquisando mais antes de comprar. O portal teve uma alta de 80% na visitação neste Natal ante o mesmo período em 2007. Marcelo Peregrino, presidente do Zura!, diz que o aumento representa o dobro do que se espera do mercado. Houve também realocação de buscas em categorias de menor valor agregado, o que "parece ser indício de crise".

NO CARDÁPIO
Jorge Caetano, diretor da Abrasel SP (associação de bares e restaurantes), que diz que, logo após o aprofundamento da crise, em setembro, a freqüência do público geral caiu muito. Mas, a partir de dezembro, o que os restaurantes estão sentindo é a falta das festas corporativas de comemoração de fim de ano. "O que está fazendo diferença agora são os eventos de fim de ano das empresas, que estão muito cautelosas. Neste ano temos menos empresas fazendo eventos."

HOMENAGEM
Mário Garnero, presidente do conselho do Brasilinvest, recebe hoje de Miguel Ignatios, presidente da ADVB-SP (Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil), e de Agostinho Turbian, presidente da FENADVB (federação nacional das ADVBs), o título "Personalidade de Visão Global 2008". A cerimônia será realizada no World Trade Center São Paulo.

com JOANA CUNHA, MARINA GAZZONI e JULIO WIZIACK


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