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Aplicação mais arriscada sofre com saques
Fundos de hedge perderam US$ 64 bi em ativos pelo mundo apenas em novembro, diz empresa especializada no setor
Segmento deve ter seu
pior ano desde 2000; no
Brasil, fundos similares
têm pesados saques no ano,
com a saída de R$ 38,6 bi
DA BLOOMBERG
DA REPORTAGEM LOCAL
O setor mundial de fundos de
hedge perdeu US$ 64 bilhões
de seus ativos em novembro. O
índice que monitora seu desempenho caiu pelo sexto mês
consecutivo, num momento
em que a Ásia e a Europa vêm
engrossar a recessão instaurada nos Estados Unidos, disse a
Eurekahedge Pte., especializada em dados sobre o setor.
As quedas do mercado contribuíram para que fossem contabilizados US$ 18 bilhões em
prejuízos líquidos, enquanto os
resgates por parte dos investidores totalizaram US$ 46 bilhões, informa a empresa, sediada em Cingapura, com base
em dados preliminares extraídos de 41% dos fundos monitorados. A empresa de pesquisa
disse que os ativos dos fundos
de hedge encolheram US$ 110
bilhões, para US$ 1,65 trilhão,
em outubro.
"Está muito claro que haverá
significativa concentração de
capital no setor de fundos de
hedge", disse Duncan Smith,
um dos sócios, em Hong Kong,
da Ogier, fornecedora de serviços corporativos e jurídicos a
empresas financeiras. "As condições estão bem difíceis, nem
é preciso dizer. A liquidez subjacente está muito difícil para
os fundos."
Os fundos de hedge são aplicações mais especulativas e arriscadas do que os investimentos financeiros mais tradicionais. Por esse risco, oferecem
em contrapartida a oportunidade de ganhos mais elevados a
seus aplicadores. Porém, neste
momento de crise aguda, muitas dessas aplicações tiveram
perdas expressivas.
A queda acentuada eleva as
retrações dos fundos de hedge
para 13% neste ano, em um momento em que esse tipo de gestora de investimentos acelera
os fechamentos de postos de
trabalho e se prepara para registrar seus piores prejuízos
anuais e resgates de recursos
por parte dos investidores desde pelo menos 2000, segundo
dados da Eurekahedge.
Administradoras de investimentos como o Citadel Investment Group LLC, sediado em
Chicago e gerido por Kenneth
Griffin, foram obrigadas a liquidar fundos, limitar as retiradas
e fechar postos de trabalho.
Os fundos de hedge caíram
0,4%, em média, em novembro,
conforme os critérios de mensuração do índice Eurekahedge
Hedge Fund, que monitora o
desempenho de mais de 2.000
fundos que investem em âmbito mundial. A cifra final para o
mês pode apontar 2% de queda,
segundo a Eurekahedge, que
em geral recebe posteriormente os dados dos fundos com desempenho menos satisfatório.
Fuga interna
No Brasil, não tem sido diferente. Nos fundos multimercados com renda variável e alavancados, onde se concentra a
maioria dos fundos de hedge
nacionais, a saída é das maiores
do mercado no ano.
O segmento registra saques
líquidos de R$ 38,6 bilhões no
ano. Isso representa mais da
metade de toda a saída de recursos da indústria de fundos
brasileira em 2008, que alcança
os R$ 68,82 bilhões, segundo
dados levantados pela Anbid
(Associação Nacional dos Bancos de Investimento).
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