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Armínio
exalta "Índice
de Brasileia"
DA SUCURSAL DO RIO
O ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga
afirmou que os reguladores de outros mercados financeiros deveriam replicar o modelo brasileiro, ao
qual chamou de "Índice de
Brasileia".
A expressão usada foi
uma brincadeira em referência ao termo "Índice de
Basileia", que mede a relação entre o capital de um
banco e seu volume de empréstimos. No Brasil, esse
índice é de 11%, superior
-portanto, mais conservador- aos 8% aceitos internacionalmente.
"As regras no Brasil estão amarradas e funcionaram bem. Isso se deve a
nosso histórico de incerteza e instabilidade. Os reguladores precisam ficar
atentos ao descasamento
de prazos e exigir margens
mais elevadas. Aqui no
Brasil, o Índice de Brasileia vem funcionando
bem", disse Fraga, sócio da
Gávea Investimentos, em
seminário sobre regulação
dos mercados de capitais
promovido pela Fundação
Getulio Vargas e a CVM
(Comissão de Valores Mobiliários).
Segundo Fraga, o nível
de liquidez no mundo ainda é alto e mantém aceso o
risco de uma nova crise -a
liquidez excessiva foi um
dos combustíveis da crise
de 2008. "O sistema que
existe hoje é uma máquina
de fazer bolhas e precisa
ser corrigido, exige atenção do governo enquanto
as raízes da má liquidez
não forem resolvidas."
Fraga também defende
a redução da alavancagem
-a realização de operações financeiras, por instituições e empresas- em
volume superior ao patrimônio disponível em busca de maiores ganhos. "Há
cem anos, o nível de alavancagem dos bancos era
três vezes o patrimônio.
Hoje, são 30 vezes."
Para Fraga, o fato de países como a China estarem
em momento de política
expansionista (de redução
de juros para manutenção
da economia aquecida) gera um desequilíbrio especificamente para o Brasil,
já que aqui os juros permanecem como um dos mais
altos do mundo. Em outras palavras, a liquidez
mundial acaba migrando
para cá.
Mas, em sua visão, o
Banco Central está fazendo um bom trabalho. "Gera uma contradição, mas
não precisamos afrouxar a
política. A economia vem
se recuperando bem. O
Banco Central vem agindo
com transparência e saberá se e quando será necessário mudar."
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