São Paulo, terça-feira, 16 de janeiro de 2007

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Comércio cresce 0,56% em novembro

Setor teve quarta alta consecutiva e registrou expansão de 6,25% nos primeiros 11 meses de 2006, segundo dados do IBGE

Juros e inflação mais baixos, crédito farto e dólar barato explicam bom desempenho do varejo; previsão para 2007 é de alta de 5% a 6%

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Em novembro, as vendas do comércio varejista cresceram, em volume, 0,56% na comparação livre de influências sazonais com outubro (0,50%), diz o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Foi o quatro mês consecutivo de expansão do setor, que acumulou, nesse período, incremento de 6%. De janeiro a novembro, as vendas subiram 6,25%. Em relação a novembro de 2005, houve alta de 9,22%.
Apesar do bom desempenho, o comércio viveu no fim do ano uma fase de desaceleração: a alta verificada em outubro e novembro ficou aquém dos resultados obtidos em agosto e setembro -altas de 2,71% e 2,11%, respectivamente.
Para Nilo Lopes de Macedo, economista da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, o setor "passa por um período de arrefecimento" das vendas, depois da forte expansão de setembro, impulsionada, em parte, pela antecipação do 13º dos beneficiários do INSS.
Macedo avalia que dois fatores foram determinantes para alavancar o comércio: a inflação baixa e os juros menores. Já o economista da CNC (Confederação Nacional do Comércio), Carlos Thadeu de Freitas, diz que o crédito foi o principal motor do varejo em 2006.
Também impulsionaram o setor, afirma, a expansão da massa salarial, inflação declinante e a queda do dólar, que barateou importados e permitiu o aumento do consumo. O IPCA fechou 2006 em 3,14% -menor nível desde 1998-, e a taxa Selic real (descontada a inflação) chegou a 11,7%.
Para 2007, Freitas estima que o comércio crescerá de 5% a 6%, mantendo a trajetória contínua de recuperação iniciada em 2004. Em 2005, as vendas do varejo subiram 4,84%. No ano anterior, 9,25%.

Desaceleração
O economista avalia, porém, que o varejo começará o ano com resultados menos vibrantes graças ao comprometimento da renda com impostos, mensalidades e outras despesas típicas de início de ano.
Setorialmente, o destaque de novembro foi o ramo de tecidos, vestuário e calçados, com alta de 5,74% ante outubro. Outra novidade foi a retomada do comércio de combustíveis. Puxadas por preços mais baixos, as vendas subiram 2,05%.
Já as vendas de supermercados e demais lojas de alimentos, atividade de maior peso no comércio, aumentaram 0,22% em relação a outubro.
Os dados do IBGE mostram ainda que no Nordeste as vendas aumentaram mais que no resto do país. Na Bahia, por exemplo, houve expansão de 9,5%. No Maranhão, de 18,26%.


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