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Criação de vaga formal em 2007 supera 1,6 milhão
Segundo dado divulgado pelo ministro do Trabalho, foi o melhor ano desde 92
Lupi afirma que há falta de mão-de-obra especializada em vários setores e que, em 2008, será criado 1,8
milhão de vagas formais
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A dois dias da divulgação oficial dos dados sobre o desempenho do mercado de trabalho
formal em 2007, o ministro
Carlos Lupi (Trabalho) antecipou o dado de que o país gerou
mais de 1,6 milhão de empregos
com carteira assinada no ano
passado. O número é o maior da
série histórica, iniciada em 92.
Até novembro, o mercado de
trabalho formal havia registrado a criação de 1,936 milhão de
postos. Dezembro, no entanto,
é historicamente um mês de
elevadas demissões. Com base
nas declarações de Lupi, no
mês passado o mercado fechou
cerca de 300 mil vagas.
"Vamos novamente bater recorde neste ano. Já batemos
em 2007, com mais de 1,6 milhão de novos postos formais, e
vamos bater em 2008, com
mais de 1,8 milhão", disse Lupi
ontem ao ser questionado sobre as prioridades de seu ministério neste ano. Segundo ele,
além da geração de empregos
formais, qualificação de trabalhadores e transparência da
execução de programas são os
pontos prioritários da pasta.
Os dados do Caged (Cadastro
Geral de Empregados e Desempregados) deverão ser divulgados amanhã pelo ministro. Ele
registra, mensalmente, todas as
demissões e admissões de trabalhadores formais, exceto as
de empregados domésticos e
funcionários públicos.
Para o professor da Unicamp
Anselmo Santos, a geração de
vagas no ano passado é resultado direto do crescimento econômico. "Mas fica difícil saber
quanto é aumento de emprego
e quanto vem da formalização
de postos."
Menos otimista que Lupi,
Santos acha que, em 2008, o
mercado deverá repetir a performance de 2007. "Se o cenário se mantiver, a expectativa é
boa. Como o emprego não está
concentrado em nenhum setor,
temos boas chances de o ritmo
se manter, mesmo com a piora
do cenário externo", disse.
O ministro também adiantou
que as análises do Ministério
do Trabalho sobre o emprego
formal mostrarão que em 2007
houve falta de mão-de-obra em
vários setores. Citou as ocupações de engenheiro e agrônomo
como exemplos. "Dados que
vou anunciar quinta-feira mostram que já está faltando mão-de-obra qualificada em vários
setores da economia. Em São
Paulo, em vários setores não
tem engenheiro, agrônomo."
Para Lupi, isso mostra que é
preciso investir mais em qualificação. Por esse motivo, acrescenta o ministro, eventuais
cortes no orçamento da pasta
não deverão afetar de forma
significativa os recursos para
treinamento de trabalhadores.
Santos, da Unicamp, discorda do ministro sobre qualificação. "O problema não é falta de
qualificação, exceto em situações muito específicas. A questão é salarial. As empresas vão
ter que concorrer para disputar
profissionais, oferecendo melhores salários. Com as mudanças do mercado, o trabalhador
pode ter deixado sua profissão
e, muitas vezes, compensa ficar
em determinada vaga porque o
salário é melhor", avalia ele.
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