DA REDAÇÃO

Ainda absorvendo as perdas com a incorporação do Merrill Lynch, em setembro do ano passado, o Bank of America deve recorrer a um novo auxílio bilionário do governo dos EUA.
O Bank of America pode receber uma injeção de US$ 15 bilhões a US$ 20 bilhões por parte do governo, dinheiro esse que viria do pacote de US$ 700 bilhões aprovado em outubro do ano passado para ajudar as instituições financeiras -ele já recebeu até agora US$ 25 bilhões do plano. De acordo com o "Wall Street Journal", o governo ainda garantiria entre US$ 115 bilhões e US$ 120 bilhões dos ativos do Bank of America, em um modelo similar ao usado recentemente para ajudar o Citigroup.
As incertezas em relação ao futuro do banco fizeram com que as suas ações recuassem 18,4% ontem, e a instituição decidiu antecipar para hoje a divulgação do balanço do quarto trimestre de 2008.
No início deste semana, o presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, já havia alertado de que novas injeções em instituições financeiras poderão ser necessárias para estabilizar os mercados.
Outra preocupação, ainda mais grave, é o Citigroup. O banco divulga hoje o resultado de outubro a dezembro e estima-se que o prejuízo (o quinto consecutivo) possa chegar a US$ 6 bilhões. As ações caíram 15,5% ontem. Além disso, ele pode anunciar mudanças no modelo do banco, reduzindo o tamanho da instituição.
Já o rival JPMorgan Chase teve uma queda de 76% em seu lucro no quarto trimestre, que ficou em US$ 702 milhões, resultado considerado desapontador pela instituição.
Também ontem, o Grupo dos Trinta, formado por economistas como Paul Volcker, ex-presidente do Fed e assessor de Barack Obama, e Armínio Fraga, o ex-presidente do BC, pediu maior fiscalização sobre as instituições financeiras mundiais. O plano proposto expande o controle do governo dos EUA sobre os bancos.