São Paulo, sábado, 16 de janeiro de 2010

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Pendências paralisam fusão da BrT com a Oi

JULIO WIZIACK
DA REPORTAGEM LOCAL

A Oi decidiu paralisar o processo de troca de ações da BrT (Brasil Telecom), que permitirá concluir a junção societária das duas empresas. A interrupção desse processo se deve a um aumento de R$ 1,235 bilhão nas provisões destinadas ao pagamento de pendências judiciais da BrT. Agora, elas chegam a R$ 2,535 bilhões.
A compra da BrT pela Oi foi concluída em abril de 2008 por R$ 5,863 bilhões. O negócio foi fechado com base na negociação preliminar com os acionistas da BrT prevendo a troca dos papéis da operadora adquirida pelos da Oi.
Naquela ocasião, a relação para a troca era a de uma ação ordinária da BrT por 0,41 ação ordinária da Oi; e de uma ação preferencial da BrT por 0,25 ação preferencial da Oi.
Hoje, com o aumento das provisões financeiras para pendências judiciais da BrT, o valor da operadora negociado em 2008 passa a sofrer queda, refletindo diretamente no valor de suas ações. Resultado: ontem, a ação preferencial da BrT fechou com queda de 10,84%; a ordinária caiu 17,80%.

Justiça

Boa parte do R$ 1,235 bilhão em contingências judiciais se deve a antigos clientes do Rio Grande do Sul que entraram com ações exigindo seus direitos. Entre 1980 e 1990, o plano de expansão da telefonia no país previa que, ao adquirir uma linha, o assinante receberia em troca ações da Telebrás, holding a que estavam submetidas as estatais telefônicas de cada Estado.
Para analistas do mercado, o comunicado de ontem da Oi não esclareceu se essas ações já tinham sido contabilizadas pela BrT no momento das diligências para a compra. "A notícia do aumento das provisões pegou todo mundo de surpresa", disse Rosângela Ribeiro, analista da SLW Corretora.
A Folha apurou que a Oi sabia que essas pendências poderiam superar R$ 1,3 bilhão, mas ainda não tinha ideia da dimensão total porque o levantamento de todas as ações judiciais da BrT só foi concluído recentemente.
A Oi ainda não marcou data para negociar com os acionistas da BrT. "As ações deles certamente sofrerão baixa", diz Eduardo Roche, analista do Modal Asset. "O que se espera é uma queda entre 10% e 12% nesse valor, mas ela pode ser maior."


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