São Paulo, sábado, 16 de janeiro de 2010

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Brasileiros vão pagar por corte na Venezuela

LEILA COIMBRA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A escassez de energia na Venezuela pode resultar no aumento da tarifa de eletricidade para o consumidor brasileiro. Atualmente, a capital de Roraima, Boa Vista, e mais cinco cidades vizinhas são abastecidas exclusivamente pela importação da eletricidade venezuelana.
Para substituir o corte anunciado pelo governo de Hugo Chávez, a estatal Eletronorte já começou a ligar térmicas a óleo combustível, já que o sistema de distribuição de energia roraimense não está interligado ao resto do Brasil. E o consumidor brasileiro pode acabar bancando o custo dessa geração.
A Eletronorte disse oficialmente que, no primeiro momento, irá absorver esse custo. Mas fonte ligada à empresa disse que a estatal pretende pedir à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que inclua esse gasto dentro da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), encargo pago pelos consumidores brasileiros nas contas.
Apenas para o pagamento do combustível da termelétrica de Floresta, que já está em funcionamento, serão necessários R$ 50 milhões até o mês de março, segundo apurou a Folha. A usina, localizada em Boa Vista, tem pouca capacidade de produção de energia, de apenas 47 megawatts (suficiente só para o consumo da capital).
Com os reservatórios de suas hidrelétricas à míngua e vivendo um racionamento, a Venezuela reduziu nesta semana o envio de 100 MW para 80 MW. E irá reduzir em mais 20% o envio em fevereiro, podendo chegar a um corte de até 70% em março.
Caso o corte se confirme e seja preciso reativar outras usinas ou mesmo contratar produtores de energia independentes, o custo poderá chegar a R$ 120 milhões.
A contratação de energia extra e a inclusão do custo na CCC será definida no fim do mês, por grupo ligado ao Ministério de Minas e Energia.


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