São Paulo, sábado, 16 de fevereiro de 2008

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Pratini vai ao Oriente buscar novos mercados para a carne

Os frigoríficos brasileiros vão buscar em outros países alternativas para exportar a carne bovina que deixará de ser vendida para a União Européia. Uma missão de donos de frigorífico brasileiros, coordenada pelo presidente da Abiec (Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne), Marcus Vinicius Pratini de Moraes, embarca na próxima quarta-feira para buscar novos negócios nos seguintes países: Emirados Árabes, Arábia Saudita, Jordânia e Turquia.
Segundo Pratini de Moraes, o setor precisa encontrar novas opções para substituir o mercado europeu. A sua previsão é que o embargo à carne brasileira pela União Européia ainda vá demorar um bom tempo. O Brasil vai deixar de exportar para os países europeus o correspondente a cerca de US$ 1 bilhão de carne "in natura".
De acordo com o presidente da Abiec, uma parte dessa carne que deixará de ser embarcada para a União Européia será aproveitada pelo mercado interno, mas não tudo. Os frigoríficos vão ter de buscar novos mercados para compensar essa perda.
Pratini de Moraes diz que será muito difícil para o governo brasileiro dobrar a decisão da União Européia de certificar apenas 300 fazendas brasileiras para exportar carne bovina. O governo brasileiro apresentou uma lista de 523 fazendas, mas a União Européia teria rejeitado a proposta.
Para o presidente da Abiec, além da existência de um lobby fortíssimo da Irlanda para boicotar a carne brasileira, o governo também cometeu uma sucessão de erros que atrapalharam ainda mais as negociações. O maior deles foi a declaração do ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, de que os frigoríficos brasileiros exportaram carne não rastreada para a União Européia. "O Brasil errou muito."
A solução, segundo Pratini de Moraes, teria sido o governo ter suspendido a exportação de carne para a União Européia logo que começou o imbróglio, no ano passado, para negociar um melhor acordo para o país. O presidente da Abiec sugere que o país aceite, por enquanto, a restrição imposta pela UE de apenas 300 fazendas serem certificadas à exportação para manter as portas abertas para os países europeus.

ACAMPAMENTO
Uma equipe da agência gaúcha Live acampou no parque do Ibirapuera por toda a duração do Campus Party. O motivo é um documentário sobre o evento e seu público, com objetivo de ser um raio-x da realidade dos blogueiros e de suas tendências de consumo. "Queremos fazer um manifesto do mundo on-line. Acordar as empresas e alertá-las como trabalhar com esse público", diz o sócio-diretor Lucas Mello. Com dois anos de existência, a Live tem seu foco voltado para movimentos sociais e culturais e já teve trabalhos realizados em quatro países.

O ROCK À CASA TORNA
O Rock In Rio começa a se aquecer para voltar para o Brasil, desde 2001 longe do país. Neste mês, a agência Dream Factory, em parceria com os postos Ipiranga e lojas AMPM, abrirá uma promoção para levar brasileiros ao Rock In Rio Madri, em junho deste ano. "É um reaquecimento da marca para o lançamento oficial do Rock In Rio Brasil, em 2014", afirma Paulo Leal, diretor-geral da empresa. Segundo Leal, o Brasil já está pronto para receber de volta o evento, "com a economia estável e o aumento da renda, dá para proporcionar isso ao brasileiro". Ele afirma que o momento é propício para a volta do Rock in Rio também porque coincide com a Copa do Mundo. "O Brasil será uma vitrine para negociarmos a vinda de bandas e também para atrair o turista internacional."

CANUDINHO
A AmBev começou 2008 com alta nos resultados no segmento de refrigerantes. Em São Paulo, a empresa saiu de 17,9%, em dezembro, para 18,3%, em janeiro. Guaraná Antarctica subiu de 7,8% para 8% no mesmo período. H20H! registrou 3% de participação, contra 1,7% do mesmo período de 2007.

PROTESTADOS
Em janeiro, a apresentação de títulos no Serviço Central de Protesto de Títulos voltou a subir, segundo pesquisa do Instituto de Estudos de Protesto de Títulos da Seção São Paulo junto aos dez tabeliães de protesto da capital. Foram 220.995 títulos em janeiro contra 171.885 em dezembro.

INTERNACIONAL
Começa nesta semana uma nova edição do programa de trainees da Camargo Corrêa. Neste ano, haverá módulos sobre sustentabilidade e internacionalização. Entre os 25 participantes, há argentinos recrutados no processo de seleção da Loma Negra, cimentaria argentina controlada pelo grupo.

NA ESCOLA
A Fecomercio SP terá um Conselho de Jovens Universitários, para abordar questões relacionadas ao universo estudantil e a temas empresariais. Para a composição desse grupo, foram convidados representantes de 14 universidades e faculdades, entre elas USP e PUC-SP.

ESTRATÉGIA
Desembarcou no Brasil, nesta semana, Thierry Jadot, diretor de marketing estratégico e de vendas internacionais da Europ Assistance, de serviços de assistência 24 horas. Jadot vem apresentar uma estratégia comercial de marketing.

CONSTRUÇÃO
A Celta Engenharia investirá R$ 20 milhões na construção do condomínio Saint Vivant Residence Club, no Recreio dos Bandeirantes. Serão dois prédios, totalizando 96 unidades. O empreendimento será lançado em março.

JARDINAGEM
A Aliança do Brasil patrocina ação para neutralizar o gás carbônico emitido na primeira etapa do Circuito Banco do Brasil Vôlei de Praia 2008, que acontece até amanhã, em Xangri-lá (RS). Serão plantadas 751 árvores em área de preservação.

PANOS QUENTES
De acordo com pesquisa realizada pelo Sindicato do Comércio Atacadista de Tecidos de São Paulo, foi registrada uma variação positiva de 3% nas vendas na primeira quinzena de fevereiro na comparação com o mês de janeiro.


com ISABELLE MOREIRA LIMA e JOANA CUNHA

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