|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Cobrança por ponto extra continuará, dizem TVs
Prevista para junho, proibição será cancelada, afirma associação de TVs pagas; Anatel não confirma
SIMONE CUNHA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A proibição de cobrança pelo
ponto extra de TV paga pode
não entrar em vigor. Prevista
para valer a partir de junho, a
mudança será cancelada pela
Anatel (Agência Nacional de
Telecomunicações), afirma a
ABTA (associação de TVs por
assinatura).
Cerca de 50% dos usuários de
TV paga têm o segundo ponto,
segundo a entidade. O presidente da ABTA, Alexandre Annenberg, diz que o recuo será
explicado como uma falha no
texto da resolução sobre os direitos dos assinantes.
A Anatel, por meio de assessoria de imprensa, informou
que está analisando as sugestões da ABTA. "Não há movimentação da Anatel para mexer no regulamento neste momento, mas qualquer mudança
será amplamente divulgada."
O artigo questionado é o 39,
que diz que "a utilização de
ponto extra e de ponto de extensão, sem ônus, é direito do
assinante, independentemente
do plano contratado".
Annenberg afirma que, em
reunião em janeiro, as empresas apresentaram os gastos
com ponto extra, mostrando
que não poderiam fornecer o
serviço gratuitamente. "Se não
posso cobrar o ponto extra, vou
ter de dividir os custos por todos, mesmo os que não têm."
A saída, diz, deve ser uma espécie de retificação dizendo
que a proibição se refere ao
ponto escravo -que reproduz o
mesmo canal do ponto principal- e não ao ponto extra.
"Todo mundo que sabe ler
entendeu isso [que era proibido
cobrar o ponto extra] porque
estava muito mal escrito."
Net e Sky, maiores do setor,
segundo a consultoria Teleco,
foram procuradas, mas não informaram a participação do
ponto adicional em sua receita.
O ponto extra da Net custa R$
25, segundo a empresa.
A Pro Teste (associação de
defesa do consumidor) e o Idec
(Instituto de Defesa do Consumidor) consideram que a mudança seria um retrocesso para
o consumidor. "Esse é o ponto
mais importante dessa regulamentação", diz o advogado do
Idec, Luiz Fernando Moncau.
Ele e Maria Inês Dolci, da Pro
Teste, acreditam que o ponto
extra não onera as empresas.
"É um ponto de resistência das
empresas porque elas ganham
com o extra sem necessidade",
afirma Dolci.
Texto Anterior: Banco vetará prática irregular de trabalho Próximo Texto: Veículos: Troller faz recall e diz que recomprará picapes Pantanal Índice
|