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Camargo eleva participação na Cimpor
Grupo compra mais 2,5% das ações e se consolida, com 31%, como maior acionista individual da cimenteira portuguesa
Camargo Corrêa diz não descartar nova proposta por mais ações; CSN aguarda
até amanhã a resposta dos acionistas à oferta pública
AGNALDO BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL
O grupo Camargo Corrêa fechou ontem a compra de mais
2,5% de ações remanescentes
da construtora Teixeira Duarte
na cimenteira portuguesa Cimpor. Com mais essa compra, a
Camargo se aproxima mais do
controle da cimenteira.
O negócio fechado ontem
consolida o grupo brasileiro como maior acionista individual
da corporação e converte de vez
a Cimpor numa companhia de
capital brasileiro, com o controle de 31,17% dos papéis com
direito a voto.
A Camargo Corrêa pagou
6,50 (R$ 16,44, conforme cotação da última sexta-feira) por
ação. O valor é maior do que a
proposta feita pela CSN (Companhia Siderúrgica Nacional)
na sexta, quando a empresa reformulou a oferta pública de
5,75 (R$ 14,54) por ação para
6,18 (R$ 15,69) por papel.
Na primeira oferta pública
da CSN, a companhia controlada pelo empresário Benjamin
Steinbruch apresentou uma
oferta hostil por 50% mais uma
ação ordinária da Cimpor. Na
nova proposta, a companhia
pretende adquirir agora apenas
um terço. A empresa aguarda
até amanhã a resposta dos
acionistas à nova oferta. Há
possibilidade, entretanto, de o
prazo ser prorrogado.
O ingresso da CSN no mercado cimenteiro é recente, data
de meados do ano passado,
quando abriu a primeira unidade em Volta Redonda (RJ).
Com estratégia de negociação distinta daquela adotada
pela CSN, a Camargo Corrêa
conseguiu em poucos dias fazer três operações de compra
de ações da Cimpor. Na primeira, que chegou a surpreender o
mercado, a Camargo adquiriu
22,17% de ações da construtora
Teixeira Duarte. Em seguida, a
Camargo comprou a participação de 6,45% da Bipadosa. Agora, adquire o restante da participação da família que era a
maior controladora individual
da Cimpor.
Oferta pública
Pelas regras da portuguesa
CMVM (Comissão do Mercado
de Valores Mobiliários) -instituição responsável por fiscalizar o mercado, como a CVM no
Brasil-, a Camargo Corrêa não
pode mais adquirir blocos de
ações da cimenteira europeia
sem uma oferta pública de
compra desses papéis.
A empresa mantém o interesse em ampliar a participação
na companhia e não descarta
uma nova oferta por mais ações
a fim de assumir pelo menos
um terço do capital votante da
companhia portuguesa.
De repente, a Cimpor virou
alvo de brasileiras. Além da
CSN, que ainda pretende adquirir de uma só vez um terço
do controle da portuguesa (o
que daria à companhia a posição de maior acionista individual), a Votorantim, líder do
mercado brasileiro de cimento
com 40% de participação, lançou ofensiva sobre a Cimpor no
início deste mês. A Votorantim
conseguiu êxito na oferta de
compra de 17,3% de participação da companhia francesa Lafarge na Cimpor.
Ontem, a CSN recebeu aval
da Comissão Europeia para
realizar uma oferta pública de
compra de um terço das ações
da Cimpor -sem data prevista.
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