São Paulo, terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

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Camargo eleva participação na Cimpor

Grupo compra mais 2,5% das ações e se consolida, com 31%, como maior acionista individual da cimenteira portuguesa

Camargo Corrêa diz não descartar nova proposta por mais ações; CSN aguarda até amanhã a resposta dos acionistas à oferta pública


AGNALDO BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL

O grupo Camargo Corrêa fechou ontem a compra de mais 2,5% de ações remanescentes da construtora Teixeira Duarte na cimenteira portuguesa Cimpor. Com mais essa compra, a Camargo se aproxima mais do controle da cimenteira.
O negócio fechado ontem consolida o grupo brasileiro como maior acionista individual da corporação e converte de vez a Cimpor numa companhia de capital brasileiro, com o controle de 31,17% dos papéis com direito a voto.
A Camargo Corrêa pagou 6,50 (R$ 16,44, conforme cotação da última sexta-feira) por ação. O valor é maior do que a proposta feita pela CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) na sexta, quando a empresa reformulou a oferta pública de 5,75 (R$ 14,54) por ação para 6,18 (R$ 15,69) por papel.
Na primeira oferta pública da CSN, a companhia controlada pelo empresário Benjamin Steinbruch apresentou uma oferta hostil por 50% mais uma ação ordinária da Cimpor. Na nova proposta, a companhia pretende adquirir agora apenas um terço. A empresa aguarda até amanhã a resposta dos acionistas à nova oferta. Há possibilidade, entretanto, de o prazo ser prorrogado.
O ingresso da CSN no mercado cimenteiro é recente, data de meados do ano passado, quando abriu a primeira unidade em Volta Redonda (RJ).
Com estratégia de negociação distinta daquela adotada pela CSN, a Camargo Corrêa conseguiu em poucos dias fazer três operações de compra de ações da Cimpor. Na primeira, que chegou a surpreender o mercado, a Camargo adquiriu 22,17% de ações da construtora Teixeira Duarte. Em seguida, a Camargo comprou a participação de 6,45% da Bipadosa. Agora, adquire o restante da participação da família que era a maior controladora individual da Cimpor.

Oferta pública
Pelas regras da portuguesa CMVM (Comissão do Mercado de Valores Mobiliários) -instituição responsável por fiscalizar o mercado, como a CVM no Brasil-, a Camargo Corrêa não pode mais adquirir blocos de ações da cimenteira europeia sem uma oferta pública de compra desses papéis.
A empresa mantém o interesse em ampliar a participação na companhia e não descarta uma nova oferta por mais ações a fim de assumir pelo menos um terço do capital votante da companhia portuguesa.
De repente, a Cimpor virou alvo de brasileiras. Além da CSN, que ainda pretende adquirir de uma só vez um terço do controle da portuguesa (o que daria à companhia a posição de maior acionista individual), a Votorantim, líder do mercado brasileiro de cimento com 40% de participação, lançou ofensiva sobre a Cimpor no início deste mês. A Votorantim conseguiu êxito na oferta de compra de 17,3% de participação da companhia francesa Lafarge na Cimpor.
Ontem, a CSN recebeu aval da Comissão Europeia para realizar uma oferta pública de compra de um terço das ações da Cimpor -sem data prevista.


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